A baixa qualidade do sono pode interferir na fertilidade das mulheres
De acordo com um estudo, publicado na revista científica Fertility and Sterility, a insônia ainda pode aumentar os níveis de cortisol, impactando a função reprodutiva

De acordo com um estudo, publicado na revista científica Fertility and Sterility, a insônia ainda pode aumentar os níveis de cortisol, impactando a função reprodutiva
De acordo com especialistas, uma noite de sono mal dormida pode causar dificuldade para se concentrar, mudanças de humor e transtornos psicológicos. Um estudo, publicado na revista científica Fertility and Sterility, mostrou ainda que a qualidade do descanso noturno pode impactar a fertilidade das mulheres.
Para entender como a insônia poderia afetar a reprodução feminina, os cientistas analisaram as respostas do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh de 1.070 mulheres, com idades entre 20 e 40 anos. Posteriormente, eles atrelaram o questionário, que avalia a duração do repouso e possíveis distúrbios, com exames de sangue e uma ultrassonografia transvaginal. Desta forma, os estudiosos encontraram uma relação entre dormir mal e a diminuição da reserva ovariana.
A redução do óvulos é um processo natural que ocorre conforme envelhecemos, chegando a esgotar durante a menopausa. A pesquisa, no entanto, apontou que a falta do descanso necessário pode acelerar essa perda. “O sono desempenha um papel fundamental na regulação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, que controla a produção hormonal e o desenvolvimento folicular. Assim, problemas e distúrbios ao dormir podem alterar a secreção de hormônios essenciais para a função ovariana, como o FSH e o LH, impactando diretamente no funcionamento do órgão”, observa o ginecologista João Antônio Dias Júnior, à ‘Agência Einstein’.
Segundo o levantamento, a má qualidade do sono também aumenta os níveis de cortisol, conhecido como hormônio do estresse. Como consequência, há possibilidade de apresentar inflamação crônica, o que afeta a função reprodutiva. “A diminuição da reserva ovariana está frequentemente associada à uma resposta reduzida à estimulação ovariana, o que pode impactar negativamente na coleta de óvulos em ciclos de fertilização in vitro e no sucesso do tratamento”, explicou.
Um estudo anual da Philips mostrou que somente 49% das pessoas no mundo estão satisfeitas com o sono. Os malefícios de uma noite mal dormida, no entanto, estão além do cansaço, pois causam problemas de saúde mental e física. Para a Agência Brasil, a médica especialista pela Sociedade Americana de Medicina do Sono e Associação Brasileira do Sono, Dalva Poyares explicou que não dormir o suficiente pode, até mesmo, nos levar a desenvolver diabetes. Confira a matéria completa.
*Texto feito sob supervisão de Helena Gomes