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5 mitos e verdades sobre a cirurgia da enxaqueca

A técnica cirúrgica de enxaqueca foi criada nos Estados Unidos e tem respaldo científico de uma série de estudos, incluindo trabalhos de Harvard

5 mitos e verdades sobre a cirurgia da enxaqueca
5 mitos e verdades sobre a cirurgia da enxaqueca – Freepik

A cirurgia da enxaqueca foi criada em 2000, em Cleveland, Estados Unidos, para cessar ou reduzir um dos problemas mais incapacitantes do mundo.

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“O procedimento foi criado a partir de cirurgias estéticas para a região frontal ou superior da face, de forma que o médico criador Dr. Bahman Guyuron notou que seus pacientes melhoravam das dores de enxaqueca, quando sofriam com o problema. Em 2005, o Dr. Guyuron e sua equipe publicaram um estudo prospectivo com randomização entre um grupo tratado e um controle sem cirurgia, envolvendo no total 125 pacientes. Do grupo tratado 92% dos pacientes obtiveram sucesso com a cirurgia, sendo que 35% apresentaram eliminação completa dos quadros de Enxaqueca”, explica o Dr. Paolo Rubez, cirurgião plástico.

O médico explica mitos e verdades sobre a cirurgia de enxaqueca:

Não tem comprovação científica: mito. A cirurgia é uma das formas mais eficientes de reduzir a intensidade, frequência e duração das crises de enxaqueca.

“Apesar da disponibilidade de opções de tratamento conservador, como medicamentos, os pacientes sofrem de enxaquecas resistentes que estão associadas a uma má qualidade de vida. A cirurgia da enxaqueca, definida como a descompressão dos nervos periféricos, uma “desativação” nos locais do gatilho, é uma estratégia de tratamento relativamente nova, mas altamente respaldada pela ciência, para enxaquecas resistentes e refratárias”, diz o médico.

A cirurgia é financeiramente inviável: mito. Existem dois principais tratamentos específicos para a condição na atualidade: a cirurgia e a aplicação de anticorpos monoclonais, segundo o médico.

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“Um estudo recente destaca que a cirurgia tem um custo benefício melhor e os custos da aplicação da medicação, a partir de um ano, ultrapassam e muito os do procedimento. Este é um artigo importante por comparar os dois tratamentos e também pelo fato de ter sido feito em colaboração entre os departamentos de Cirurgia Plástica e o de Neurologia de duas universidades americanas. A cirurgia é realizada uma vez, enquanto que a medicação é para o resto da vida”, explica.

A cirurgia reduz o uso de medicamentos: verdade. Segundo o médico, a cirurgia é hoje realizada por diversos grupos de cirurgiões plásticos ao redor do mundo e em mais de uma dezena das principais universidades americanas, como Harvard.

Segundo o dr. Paolo, um estudo comparou o uso de medicamentos no pré e pós-operatório de pacientes submetidos ao procedimento e constatou que mais de 2/3 deles diminuíram o uso de medicamentos prescritos, sendo que do total de pacientes que passaram pelo procedimento, 23% não precisaram mais tomar medicamento algum.

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A cirurgia é pouco invasiva: verdade. Segundo o médico, a cirurgia tem um tempo de duração de 15 minutos a 6 horas, dependendo do número de nervos tratados, e age na descompressão operatória dos nervos periféricos na face, cabeça e pescoço para aliviar os sintomas da enxaqueca.

“A maioria dos pacientes necessita da cirurgia em mais de um nervo e normalmente a anestesia é geral, o que necessita de internação hospitalar de até 1 dia. Em uma minoria de casos, a cirurgia pode ser feito com anestesia local e com alta imediatamente após o procedimento”.

Só pode ser feita em adultos: mito. “Os estudos científicos envolveram o tratamento de adolescentes e adultos, ambos com resposta positiva e semelhante, sendo então indicada a partir da adolescência. Não há estudos em crianças”, diz o médico.

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A cirurgia pode ser feita em qualquer paciente que tenha diagnóstico de Migrânea (Enxaqueca) feito por um neurologista, e que sofra com duas ou mais crises severas de dor por mês que não consigam ser controladas por medicações; ou em pacientes que sofram com efeitos colaterais das medicações para dor ou que tenham intolerância a elas; ou ainda em pacientes que desejam realizar o procedimento devido ao grande comprometimento que as dores causam em sua vida pessoal e profissional.

Por fim, o médico lembra a cirurgia trata apenas os nervos relacionados à sensibilidade, não afetando a movimentação do corpo.

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