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Abril Azul: psicanalista explica que podemos conviver com um autista e não saber identificar

Fabiano de Abreu explicou que dependendo do nível de autismo, o diagnóstico não é perceptível

Especialista da mente humana revelou detalhes sobre o autismo – Pixabay

No último dia 02 comemorou-se o Dia Mundial do Autismo. A data, celebrada há 12 anos em todo o mundo, marca Abril como o mês da conscientização do transtorno que atinge 1 a cada 160 crianças no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

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O filósofo, psicanalista e pesquisador Fabiano de Abreu revelou informações importantes sobre o autismo e, como especialista em estudos da mente humana, já deparou-se e estudou diversos casos e sabe como identificá-los. 

O número de autistas é bem maior do que podemos imaginar, inclusive, quem está lendo este artigo pode conhecer algum e não saber. Um autista é uma pessoa com transtornos no desenvolvimento do cérebro, mais conhecido como TEA (Transtornos de Espectro Autista). Levando em consideração que no grau evolutivo ninguém é igual a ninguém então, o autista pode não ser tão diferente assim de uma pessoa que se diga normal já que não há um padrão normal. O grau de autismo varia e pode ser difícil a sua identificação algumas vezes”, disse

Abreu diz que se deve identificar a diferença entre os diferentes graus de autismo e as suas nuances específicas. O desconhecimento e as más informações podem dificultar na ajuda. Ou seja, sem elementos fiáveis muitas vezes pensamos estar a ajudar, mas estamos fazendo o contrário.

Ele ainda orienta que podemos fazer sobressair o melhor do autista para que seja um bom profissional: “Devemos observar as crianças e os seus comportamentos, eu sempre digo que temos que ver o lado bom de tudo na vida. Uma criança autista pode ter habilidades únicas e se o ajudarmos a desenvolvê-las, podem tornar-se grandes profissionais. Sinais como falta de interesse em se relacionar com pessoas, ausência do contato visual a que chamo de desfoque, atenção exagerada a objetos, ou incomodo com toque, sons e textura de alimentos são os traços mais comuns. No entanto, tudo depende do grau de autismo que pode ser avaliado como leve, médio e grave”. 

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O psicanalista diz qual o tratamento caso seja constatado autismo: “Não há remédio para o autismo, portanto, se faz necessário uma terapia e geralmente em grupo para estimular a socialização. É bom que o autista seja acompanhado desde cedo para que possa ter uma vida normal quando adulto, principalmente ao nível profissional. Trabalham-se as relações afetivas, atividades motoras, aprimora-se a comunicação e o incentivo a realizar atividades diferentes.  Muitas vezes os pais não conseguem ensinar devido à questão emocional que naturalmente interfere. Tudo deve ser feito de acordo com o tipo de autismo e o grau que ele representa para que o mesmo possa ter uma vida funcional e laboral satisfatória. Que trabalhe desde cedo a conquista de autonomia e independência”