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Cientistas descobrem variantes raras de genes que protegem contra a obesidade

A pesquisa sugere que pessoas com mutações genéticas raras podem ter 54% menos probabilidade de desenvolver obesidade

Cientistas descobrem variantes raras de genes que protegem contra a obesidade – Foto de Andres Ayrton no Pexels

Cientistas identificaram um grupo de variantes genéticas raras que ajudam a proteger as pessoas contra a obesidade, seguindo um dos estudos mais abrangentes até hoje sobre a genética por trás da doença. Pesquisadores do Regeneron Genetics Center analisaram dados genéticos de mais de 640.000 pessoas do México, Estados Unidos e Reino Unido para encontrar novos insights sobre a base genética da obesidade.

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Cientistas descobrem variantes raras de genes que protegem contra a obesidade

“O estudo, publicado na revista Science em julho, descobriu que pessoas com mutações genéticas raras no gene GPR75 tinham um risco 54% reduzido de obesidade e, em média, tendiam a pesar cerca de 5 quilos a menos do que aquelas sem as mutações”, afirma o geneticista Dr. Marcelo Sady.

“A obesidade é uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Define-se um indivíduo como obeso quando este apresenta índice de massa corporal (IMC) maior que 30, sendo que as principais causas para esse problema incluem uma alimentação desbalanceada, principalmente rica em açúcar e gorduras, e o sedentarismo, ou seja, a falta de prática regular de atividades físicas”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez.

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Segundo o geneticista, estima-se que de 40 a 70% da variação na suscetibilidade à obesidade e perda de peso seja determinada pelos genes. “O tipo genético de cada organismo ajuda a explicar o motivo de diferentes pessoas ganharem ou perderem peso de forma distinta mesmo seguindo uma dieta igual e praticando a mesma quantidade de exercícios físicos”, destaca.

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No estudo, os pesquisadores sequenciaram os exomas — fração do genoma que codifica os genes — dos indivíduos e estimaram as associações de variantes de codificação raras com o índice de massa corporal (IMC), uma medida da adiposidade geral usada para definir a obesidade na prática clínica. Eles identificaram 16 genes para os quais a carga de variantes raras estava associada ao IMC em significância estatística. 

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Para quem já sofre com obesidade, o ideal é consultar um médico nutrólogo. “Evite a todo custo receitas milagrosas para emagrecer e dietas extremamente restritivas encontradas na internet, já que, além de não serem realmente eficazes no emagrecimento, essas mudanças drásticas nos hábitos alimentares, como restrição de grupos alimentares e diminuição de calorias e refeições, podem oferecer riscos à saúde quando realizadas sem acompanhamento médico”, alerta a especialista Dra. Marcella Garcez.

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Esses episódios de restrição, geralmente, são seguidos de compulsão alimentar, o que piora a chance de manutenção do peso adequado. A nutróloga explica que, quando consultado, o médico especializado vai prescrever um plano de emagrecimento que combate a obesidade realmente efiz e saudável. Segundo ela, sempre é imprenscindível levar em conta as necessidades de cada paciente.

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Conhecer as alterações genéticas de cada indivíduo e basear-se nos genes para elaborar uma abordagem nutricional personalizada também pode ser extremamente interessante para ajudar a controlar o peso corporal, diminuir o risco de obesidade e otimizar a perda de peso, segundo o Dr. Marcelo.

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“O laudo do exame de nutrigenética fornece justamente informações detalhadas sobre o seu DNA e genes de cada pessoa, que podem ser interpretadas pelo médico nutrólogo para que as recomendações de dieta, nutrição e prática de atividade física sejam específicas para as necessidades e características de seu organismo, auxiliando assim na otimização do controle do peso e na prevenção de doenças. A partir do momento em que entendemos as alterações genéticas que possuímos, podemos realizar mudanças pontuais em nossos hábitos para balancear a ação dos genes e garantirmos a manutenção de nossa saúde”, finaliza.