Entenda o que são os ‘dedos de covid’, mais novo possível sintoma do coronavírus

Especialistas encaram erupções cutâneas nos dedos dos pés dos infectados como um possível sinal da doença

Entenda o que são os ‘dedos de covid’, mais novos possíveis sintomas do coronavírus – Reprodução/COVID-piel study

Médicos espanhóis observaram recentemente que alguns pacientes contaminados com o coronavírus estavam adquirindo uma espécie de ferida nos dedos dos pés. Essas erupções cutâneas, conhecidas pelos especialistas como ‘dedos de covid’, foram avaliadas como sendo possíveis novos sintomas da doença.

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De acordo com a matéria publicada pela BBC nesta última segunda-feira, 4, os especialistas europeus ainda notaram que essas erupções surgiam majoritariamente nas pessoas hospitalizadas mais jovens, e demoravam vários dias para sumir. O problema é que feridas atópicas deste tipo não são sintomas comuns de infecções virais, como a Covid-19.

O médico dermatologista Ignacio Garcia-Doval, responsável pelo estudo, explica: “Geralmente, elas [erupções cutâneas] aparecem mais tarde, após a manifestação respiratória da doença — portanto, não é útil para diagnosticar pacientes”. A fala do especialista foi divulgada pela revista científica British Journal of Dermatology na semana passada. Todos os pacientes analisados já se encontravam no hospital e apresentavam sintomas respiratórios.

Os dermatologistas espanhóis que estão atuando nos hospitais do país foram convidados para relatar e compartilhar alguns detalhes sobre os casos de seus pacientes contaminados com o coronavírus e que desenvolveram problemas cutâneos. Foram 375 pessoas atingidas no total (número contabilizado duas semanas antes da publicação da matéria citada).

Apesar do nome ‘dedos de covid’, os sintomas podem aparecer em diferentes áreas do corpo. Os médicos identificaram cinco tipos diferentes de erupções cutâneas. São elas:

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  • Lesões assimétricas: algo parecido com frieiras que surgem ao redor das mãos e pés. Podem causar coceira ou dor. São encontradas geralmente em pacientes mais jovens. Duraram em média 12 dias, apareceram mais tarde no curso da doença da Covid-19 e podem ser consideradas como infecções leves. Representaram 19% dos casos.
  • Pequenas bolhas: podem ser encontradas no torso e nos membros e podem ser acompanhadas de coceiras. São mais frequentes em pacientes de meia-idade, duram em torno de 10 dias e representam 9% dos casos.
  • Áreas de pele rosadas ou esbranquiçadas: se assemelham a comichões e podem vir acompanhadas de coceira. Podem surgir no torso, membros e palmas das mãos. Representam 19% dos casos.
  • Maculopápulas: são pequenas protuberâncias vermelhas, achatadas e elevadas. Duraram cerca de uma semana no corpo e apareceram ao mesmo tempo que outros sintomas. Representam 47% dos casos. 
  • Livedo: deixam a pele com um aspecto avermelhado ou azulado, pois representam um sinal de má circulação sanguínea. Tendem a surgir em pacientes mais velhos. Representam 6% dos casos.

Como dito, esses sintomas não servirão como sinais para que a pessoa possa vir a identificar a possível presença do coronavírus no corpo, assim como a febre, a tosse e a falta de ar. São apenas sinais que poderão ajudar a compreender mais sobre a ação do vírus no organismo das pessoas.

A matéria divulgada pela BBC ainda inclui uma fala importantíssima do professor da Universidade de Southampton, Michael Head, que conclui: “Com a covid-19, erupções cutâneas e úlceras na pele foram observadas em uma parcela dos pacientes hospitalizados. Ainda não sabemos a extensão dessas ligações, ou precisamente por que essa inflamação ocorre em alguns pacientes, mas não em outros”.

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