Estudante com paralisia cerebral se forma na faculdade: “Só a educação inclusiva transforma a sociedade”
Nova geógrafa! Emanuelle Aguiar de Araújo, de 29 anos, é a primeira pessoa com paralisia cerebral a se formar pelo Setor Litoral da UFPR
Nova geógrafa! Emanuelle Aguiar de Araújo, de 29 anos, é a primeira pessoa com paralisia cerebral a se formar pelo Setor Litoral da UFPR
Nunca desista dos seus sonhos! Emanuelle Aguiar Araújo, de 29 anos, fez história ao se tornar a primeira estudante com paralisia cerebral a se formar no Setor Litoral da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela ainda é apenas a segunda em toda a instituição! A mais nova geógrafa conta sua história de superação, dúvidas e coragem. As informações são do G1.
“O médico falou para a minha mãe que eu tinha paralisia cerebral, que eu não ia andar, não ia falar que eu ia ser um alface em cima de uma cama”, desabafou. Mas, alguns anos depois, conseguiu se formar no curso de geografia. Para ela, a data da entrega do seu diploma foi bastante simbólica: foi um dia antes do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
Devido à paralisia cerebral, Emanuelle tem mobilidade reduzida, espasmos involuntários e dificuldades na fala. No entanto, não foram essas limitações que a impediram de realizar seu sonho. Geografia é a segunda graduação de Manu: antes, ela já havia se formado em Gestão de Recursos Humanos. Ela ressaltou a importância da inclusão.
“Só a educação inclusiva transforma a sociedade. As pessoas com deficiência têm direito de estarem incluídas em um ambiente escolar acessível, inclusivo, com pessoas com e sem deficiência. A gente só aprende a conviver com as diferenças se as diferenças estiverem todas juntas”.
Emanuelle também se orgulha da sua história. Ela é a primeira pessoa de sua família a conquistar um diploma de ensino superior e, segundo ela, a conquista não é única. Ganham todas as pessoas com deficiência que lutam por igualdade mas que, infelizmente, ainda são colocados às margens da sociedade. Para a mais nova geógrafa, a conquista mostra que a educação inclusiva é, sim, possível.
E seu objetivo? Lutar por aqueles que são como ela e também merecem o acesso ao ensino superior.
“A minha luta é levar conhecimento, discutir junto com as pessoas, para que as pessoas com deficiência não passem por aquilo que eu passei durante minha infância, adolescência e na graduação. Que seja mais leve para elas”, completou.