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Fim da emergência sanitária por covid-19: o que dizem os infectologistas?

Marcelo Queiroga anunciou há menos de dez dias o fim do estado de “Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional”; especialistas comentam sobre o assunto

Fim da emergência sanitária por covid-19: o que dizem os especialistas? – Foto: Victor Moriyama/Getty Images

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou há menos de dez dias o fim do estado de “Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional”, também chamado Espin, por covid-19 no país. Durante pronunciamento em Rede Nacional Obrigatória de Emissoras de Rádio e Televisão, Marcelo Queiroga disse que a alta taxa de vacinação no país (73% da população está vacinada contra a covid-19), além da melhora no cenário epidemiológico e investimentos no SUS possibilitaram o decreto que autoriza o fim da Espin.

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“Graças à melhora do cenário epidemiológico, à ampla cobertura vacinal da população e à capacidade de assistência do SUS, temos hoje condições de anunciar o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional, a Espin. Nos próximos dias, será editado um ato normativo disciplinando essa decisão”, falou em vídeo.

O que dizem os especialistas sobre o assunto?

A infectologista Dra. Márcia Yamamura ressalta que o fim do estado de emergência decretado pelo Ministério da Saúde não significa fim da pandemia pela covid-19, uma vez que a própria Organização Mundial da Saúde mantém o status em nível global. Para a médica, os 73% dos brasileiros vacinados, a cobertura vacinal em alta e os números de infectados e mortos em queda permitem que o país saia do contexto de emergência e pandemia e passar a considerá-la como endemia.

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“Significa conviver com a infecção pela covid-19 como o vírus da gripe. Mas isso requer vigilância constante dos indicadores epidemiológicos, muita responsabilidade e consciência por parte da população, pois o relaxamento das medidas de prevenção pode significar surgimento de surtos e aparecimento se novas cepas”, declara a Dra. Márcia Yamamura.

Infectologista pediatra e professor de medicina do Centro universitário das Américas, Dr. Marcelo Abramczk fala sobre como as tomadas de decisão, assim como o fim da Espin, relacionadas à pandemia da covid-19 afetam as crianças brasileiras. “O brincar, o olhar, as expressões, a comunicação não verbal são de extrema importância para um desenvolvimento saudável das crianças. No momento epidemiológico atual, com a queda dos casos graves, essas medidas precisavam e foram revistas”, começou.

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“Não há ainda um parecer definitivo das sociedades de infectologia pediátrica (sobre a decisão recente de Marcelo Queiroga). Do meu ponto de vista, no momento há mais benefícios para as crianças na obrigatoriedade do uso de máscaras nas escolas do que eventuais riscos. A doença em crianças geralmente é menos grave quando comparado aos adultos, podendo eventualmente ocorrer casos mais sérios, como a doença multiinflamatoria sistêmico”, disse.

Dr. Marcelo ainda diz que as medidas, como a não obrigatoriedade da máscara de proteção e o fim do estado de “Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional”, precisam ser continuamente avaliadas e, se necessário for, retornar com as medidas anteriormente recomendadas, o que não seria um retrocesso e, sim, um aprendizado.

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“Devemos lembrar também que outros vírus como o vírus da gripe (influenza), podem ser transmitidos por via respiratória e o vírus da bronquiolite (vírus sincicial respiratório) principalmente por contato, esses vírus em crianças, principalmente pequenas têm maior potencial de levar a doenças mais graves quando comparado ao Sars Cov2.”, finalizou.