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Vacina da BioNTech contra Covid-19 poderá ser usada no tratamento da esclerose múltipla; entenda

Alguns dos medicamentos mais eficazes usados no tratamento de pessoas com esclerose múltipla são considerados os mais caros do mundo. O preço chega a atingir os 80 mil euros, algo entre 520 mil reais

Vacina da BioNTech contra Covid-19 poderá ser usada no tratamento da esclerose múltipla; entenda – Freepik / jcomp

A corrida a favor da vacinação contra a Covid-19 está em sua reta final. Porém, em meio às pesquisas e avanços tecnológicos direcionados ao combate da doença pandêmica, outras síndromes e problemas de saúde foram beneficiados com novas descobertas científicas.

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Este é o caso da vacina desenvolvida pela empresa alemã BioNTech. Acreditam que o medicamento que apresenta uma eficácia de 95%, de forma geral, e de 94% entre pessoas com mais de 65 anos contra o coronavírus, através do RNA mensageiro, possa ser futuramente usado no tratamento de pessoas com esclerose múltipla. As informações são do portal de notícias El País.

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A doença neurológica sem cura que recebe o apelido de ‘doença das mil faces’ causa no corpo um distúrbio na comunicação entre o cérebro e o corpo através de lesões nos nervos. Os sintomas e a própria gravidade da doença variam de paciente para paciente, podendo ir de leves formigamentos dos membros a uma paralisia quase completa.

Katalin Karikó, uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento da vacina da BioNTech, publicou um estudo com o CEO da empresa alemã, Ugur Sahin. No trabalho divulgado pela revista científica Science, a dupla mostra como uma molécula de RNA mensageiro faz com que o sistema imunológico de ratos que apresentam uma deficiência semelhante à esclerose múltipla aprendam a tolerar a mielina, ou seja, parar de causar danos.

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Os ratos usados para o experimento apresentaram em um primeiro momento uma interrupção dos primeiros sinais da doença e, em seguida, a reversão do que se assemelha à esclerose.

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Para a chefa de Imunologia do Hospital Universitário Ramón y Cajal e membro da Sociedade Espanhola de Neurologia, Luisa María Villar, entrevistada pelo portal de notícias citado, “É uma abordagem muito inteligente”, porém, “de cada 100 moléculas testadas com sucesso em animais, apenas uma se desenvolve em humanos. Atualmente, existem outras abordagens semelhantes que estão sendo testadas em humanos. Esta é só mais uma, e é preciso lembrar que os tratamentos melhoraram muito. Quando comecei a trabalhar neste campo, após 15 anos de doença 50% dos pacientes podiam acabar em uma cadeira de rodas. Agora, muitos podem levar uma vida normal”.

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Vale lembrar que alguns dos medicamentos atuais mais eficazes usados no tratamento de pessoas com esclerose múltipla são considerados os mais caros do mundo. O preço chega a atingir os 80 mil euros, algo entre 520 mil reais.