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Minha viagem pelo mundo: o que podemos aprender sobre saúde com outras culturas?

Especialista em Medicina do Estilo de Vida, Carolina Pimentel chega ao Brasil após longa viagem pelos mais diversos países e compartilha suas principais experiências

Minha viagem pelo mundo: o que podemos aprender sobre saúde com outras culturas?
Minha viagem pelo mundo: o que podemos aprender sobre saúde com outras culturas? – Foto: Carolina Pimentel

Estou de volta após uma longa viagem. Finalmente consegui realizar o sonho de dar uma volta nesse mundão e só posso dizer a vocês que foi uma experiência extraordinária! E como esse é nosso espaço para conversar sobre a Medicina do Estilo de Vida, quero contar para vocês tudo o que experimentei, observei e até incorporei sobre hábitos saudáveis de outras culturas.

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Japão

A viagem começou no Japão, um país de cultura milenar e que tem o maior número de idosos centenários e os menores índices de obesidade do mundo! Não só eles vivem muito, como vivem muito bem! Ali, o passado se mistura com o futuro – e com muito respeito.

O que mais me encantou, além da comida deliciosa, são os rituais e o capricho com as refeições, sempre apresentadas em pequenas porções e com formatos e decorações que só de olhar já abrem o apetite!

No Japão, comidas são servidas em pequenas porções - Foto: Carolina Pimentel
No Japão, comidas são servidas em pequenas porções – Foto: Carolina Pimentel

A base da dieta é o arroz, presente em todas as refeições, inclusive no café da manhã! Os japoneses também comem diariamente sopa de missô, tofu, algas marinhas, picles, vegetais verdes e amarelos (cenoura, abóbora, tomate), peixes (peixe cru, peixe cozido com soja, peixe assado, pasta de peixe cozido, peixe seco), chá-verde e, em menores quantidades, carne bovina e carne de porco. As refeições são completas, ou seja, tem sempre um alimento de diferentes grupos. Esse aspecto dá equilíbrio e saciedade.

Com essa variedade de alimentos oferecido em pequenas porções nas refeições e alta ingestão peixes, fontes de ômega 3, e alimentos a base de soja, a dieta tradicional japonesa tem sido apontada como preventiva para as doenças do coração, diabetes, alguns tipos de câncer e obesidade. Hoje, invisto cada vez mais na apresentação dos pratos e, principalmente no café da manhã, tento fazer uma refeição mais completa.

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Singapura

Continuando pela Ásia, passei por Singapura, o lugar mais limpo que já vi! Como é importante cada um nós cuidarmos do próprio lixo e resíduos que produzimos, fora a sensação de bem-estar que nos traz estar em um lugar organizado! A primeira coisa que fiz quando voltei foi fazer uma faxina em todas as gavetas de casa e criar mais espaços, mantendo somente aquilo que eu uso e que me traz alegria!

"Singapura, o lugar mais limpo que já vi" - Foto: Carolina Pimentel
“Singapura, o lugar mais limpo que já vi” – Foto: Carolina Pimentel

Indonésia

Saindo desse tigre asiático, fui para a Indonésia, lugar onde eu passei mais tempo, em Bali! Lá, nas primeiras semanas, fiquei em um retiro de yoga. Eu praticava meditação e yoga 180 minutos por dia! Não foi fácil, mas foi transformador!

Claro que não consigo manter essa rotina no dia a dia, mas entender que um pouco é melhor que nada e perceber que uma mente tranquila habita um corpo saudável. Hoje, ao acordar, tento fazer uma prática de pelo menos 30 minutos e quando estou cansada, com preguiça ou indisposta, me condiciono a fazer pelo menos 5 minutos e já me sinto melhor! Lembre-se: um pouquinho sempre, o importante é o hábito.

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Experimente praticar 5 minutos de meditação por dia - Foto: Carolina Pimentel

E por falar em hábito, saindo do retiro, fui conhecer a ilha de Bali e imergir na cultura balinesa. De tudo, o que mais me chamou a atenção foi o compromisso com a religião, cerimônias e rituais. Mais de 80% da população de Bali é Hindu e esta religião e filosofia de vida influencia a arte decorativa.

Bali tem uma cultura diferente em relação às demais ilhas indonésias. Ela se destaca pela produção artística com influência das tradições religiosas cultuadas. Os templos, as imagens, as oferendas, tudo acalma a mente e encanta os nossos olhos.

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O povo balinês tem como características principais a humildade, a simplicidade e a alegria. Todos estão sempre sorrindo, mesmo vivendo em um país subdesenvolvido e em condições difíceis.

"Praticava meditação e yoga 180 minutos por dia" - Foto: Carolina Pimentel
“Praticava meditação e yoga 180 minutos por dia” – Foto: Carolina Pimentel

Assim como no Japão, o balinês acredita e cultua os espíritos ancestrais. Por onde passar você encontrará oferendas em lugares altos ou no chão, em frente as casas, restaurantes, lojas, em todo lugar! A família é muito importante para os balineses e, tradicionalmente, eles vivem na mesma casa por toda a vida. Isso traz uma rede de apoio que sustenta todo o sorriso desse povo maravilhoso.

Pronto, agora eu me olho no espelho e abro um sorriso! E tento me lembrar disso, principalmente em situações desafiadoras ou irritantes.

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Da Ásia para a Europa

E depois desse mergulho asiático, fui para a Europa visitar vários amigos em diferentes lugares, brasileiros que se mudaram para lá e vivem em diferentes regiões: Suíça, Alemanha, Espanha, Irlanda e por aí vai! Foi ótimo, porque já estava sentindo falta dos pães, massas e queijos. A alimentação tradicional asiática não tem trigo nem leite, mas sim, arroz e soja.

Por lá, pude observar que viver em um lugar seguro, prático e cheio de histórias e viagens é incrível, mas percebi também como os meus amigos se empenharam em criar um vínculo social que dê suporte quando a família está longe.

Além disso, o cuidar da casa é totalmente diferente do que estamos acostumados por aqui. Os ambientes são menores, mas mais funcionais. A limpeza e o cuidado com o descarte do lixo fazem parte da rotina diária do europeu, assim como escovar os dentes, e por isso a relação com os objetos, utensílios e equipamentos sempre visam a funcionalidade e a praticidade. Lá vai eu repensar toda tralha que acumulei e que não facilita nem a limpeza, nem minha vida.

Eu poderia escrever um livro sobre todas as vivências, mas, de fato, essas me chamaram muito a atenção e todas, desde a alimentação, religião, envolvimento social e até a faxina estão relacionadas com os nossos pilares de estilo de vida saudável! E vocês? Já andaram por aí e têm histórias de autocuidado para contar? Quero saber todas!

Um beijo grande e até o próximo texto.