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Compulsão alimentar, fome emocional e exagero: qual a diferença?

O farmacêutico homeopata Jamar Tejada aponta as principais características da compulsão alimentar e justifica porque ela se diferencial do “comer emocional”

Compulsão alimentar, fome emocional e exagero: qual a diferença?
Compulsão alimentar, fome emocional e exagero: qual a diferença? – Pexels

Muitas pessoas usam de forma errada as palavras “compulsão alimentar”. A questão é que esse erro acaba minimizando ou descaracterizando problemas de saúde um tanto sérios.

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Quantas vezes você já ouviu aquele amigo ou colega de trabalho (isso quando não é você mesmo) dizer que está ou é depressivo, quando, na verdade, está apenas passando por um problema ou fase difícil ou simplesmente porque é preguiçoso demais para tomar alguma atitude positiva e/ou enérgica em sua vida?

Quantos não falam ter compulsão por doces ou por comidas, quando, na verdade, há uma ponte bem grande entre a compulsão, a fome emocional e o exagero? Mas não parece muito mais bacana dizer que é compulsivo do que dizer que é exagerado?

Com certeza você já exagerou naquele almoço de domingo na casa da vó ou se empanturrou de bem-casado naquele casamento dos primos, acabou com três barras de chocolate antes de entrar naquela reunião estressante ou então deu aquele prejuízo no rodízio de pizzas. Apesar de parecer, naquele momento, que essa fome pode ser mais forte do que você, isso não é uma compulsão. E não há nada de anormal nisso, embora às vezes assuste.

Afinal, o que é a compulsão alimentar?

A compulsão alimentar é um transtorno, uma doença psiquiátrica em que o principal aspecto é a ingestão durante um curto período de uma quantidade de alimentos muito maior do que uma pessoa comeria naquela circunstância. Na compulsão, geralmente esses momentos devem ocorrer, pelo menos, uma vez por semana.

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Além disso, a compulsão te faz comer mais rapidamente que o normal, até se sentir realmente muito ‘cheio’, mesmo não havendo aquela sensação de fome. Nessa situação, você muitas vezes acaba comendo escondido por vergonha do quanto ou pelo que está comendo ou mesmo pelo jeito incontrolável. Depois do episódio, vem aquele sentimento pesado de culpa ou tristeza, além do significativo sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar.

Mas, afinal, como a compulsão surge?

Será que é só um desvio bioquímico ou uma descompensação hormonal? A comida para muitos não é só uma forma de amenizar a fome ou mesmo de se nutrir, mas uma forma de encontrar calor e aconchego, de afagar sentimentos que foram negados na infância e que agora refletem na vida adulta.

A compulsão alimentar pode estar ligada principalmente à necessidade do afeto materno ou paterno que a pessoa não recebeu. Quando vemos um filhote com uma mãe, percebemos bem essa superproteção e nós, como filhotes humanos, também precisamos e buscamos esse cuidado, carinho e segurança. Logo, essa busca descontrolada pela comida pode ser apenas a necessidade de curar este vazio que a relação com seus pais provocou, como uma forma de se sentir forte e protegido dos perigos do mundo.

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A fome emocional

Já o “comer emocional” – como é chamado na prática clínica – é um comportamento no qual a pessoa busca comida mesmo na ausência da fome física, que é fisiológica. Pode ser impulsionado tanto por sentimentos negativos, quanto positivos. Por exemplo: você come para lidar com um sentimento negativo ou para celebrar uma notícia positiva. Mas tem uma grande diferença entre as duas.

Geralmente os alimentos da fome emocional caracterizam boas lembranças afetivas do passado ou uma experiência de muito prazer, conforto ou alívio. Em geral, são alimentos altamente palatáveis, podendo ser doces ou salgados, a depender da característica histórica gustativa particular de cada um.

Já na compulsão, nem sempre a questão palatável se faz valer. O que entra em jogo é saciar a fome incontrolável com o alimento que estiver a frente. Buscar conforto na comida é normal. O problema da fome emocional é quando a pessoa só sabe resolver as dores dela comendo. E aí acaba comendo mais do que precisa. A comida não pode ser um refúgio para lidar com os sentimentos e emoções.

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Dietas restritivas e a compulsão

Os especialistas recomendam que pessoas com compulsão alimentar evitem dietas restritivas. Quanto mais a pessoa se restringe, maior o risco de ter um episódio compulsivo posteriormente, porque o cérebro que está passando pela restrição pode desencadear mecanismos de perda de controle que levam à compulsão. Parar de fazer dieta pode ser já um grande passo a quem sofre com o transtorno.

A ideia é adquirir um bom controle dos episódios de compulsão alimentar e melhorar, como consequência, as escolhas alimentares.

Como tratar?

O tratamento medicamentoso se faz presente a depender da severidade dos sintomas e da presença de outras doenças associadas, como depressão e ansiedade, que mereçam simultaneamente a indicação de terapêutica farmacológica, além do importante acompanhamento de um nutricionista com foco em comportamento alimentar – e não apenas em dieta. Muitas vezes, o nutricionista não preparado pode piorar o caso com dicas do tipo: “É só não comprar chocolate”, “É só tentar pensar em outra coisa”. O profissional de saúde deve entender que o foco não está no peso e, sim, no transtorno psiquiátrico.

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Reequilibrar as emoções do indivíduo faz com que tratamos a raiz do problema. O uso de florais de Bach pode ajudar nessa batalha, já que funcionam no organismo transmitindo impulsos que estimulam o desenvolvimento de atividades reguladoras nos distúrbios.

Não existe uma fórmula floral pronta para cada indivíduo, já que cada um possui necessidades e problemas diferentes, por isso, cada pessoa deve consultar um terapeuta floral.

A homeopatia também age sobre energia e incentiva nosso próprio corpo a reequilibrar-se energeticamente. Este deve ser indicado por um homeopata.

Fitoterápicos também podem ser empregados, principalmente os que tratam ansiedade, mas diferentemente dos florais e homeopatia, eles não atuam sobre o desiquilíbrio energético do indivíduo, mas, sim, como medicamento sobre os desajustes hormonais que levam a um descontrole e, obviamente, devem ser indicados por um profissional de saúde habilitado.

Acho que após ter lido um pouco mais sobre a compulsão, você poderá começar a avaliar suas atitudes de forma mais clara e perceber verdadeiros sinais. Agora é a hora de buscar ajuda.