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Distimia: conheça a "síndrome do mal-humorado"?
Distimia: conheça a “síndrome do mal-humorado”? – Freepik

Vamos a seguinte situação: você já teve algum conhecido de difícil convívio? Conhecidos como aqueles meio “ranzinzas”? Aquele do tipo: “Ó, céus! Ó vida”, que parecem estar constantemente insatisfeitos e que sempre reclamam de tudo?

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Sai ano e entra ano e essas pessoas costumam manter o mesmo tipo de discurso, por vezes até maçante e ainda, apesar de serem pessoas consideradas difíceis, seguem a vida.

Agora vamos imaginar outra situação: e se eu te disser que isso pode ser um tipo de transtorno importante e que pode evoluir para doenças mentais incapacitantes?

Hoje, gostaria de abordar um tipo de depressão que ninguém fala e que passa despercebida e é quase invisível. Vamos conversar sobre a síndrome do mal-humorado – a Distimia – esse é o nome mesmo desta doença e o termo surgiu em 1980 e significa “mal-humorado”. Bem-vindos então ao mundo da Distimia ou do Transtorno Depressivo Persistente.

O que é distimia?

Esse é um tipo de depressão muito frequente e bem invisível que é muito comum surgir na infância e na adolescência. Os sinais e sintomas se confundem com o “jeito de ser”, e é uma condição que pode ser facilmente confundida com a personalidade da pessoa que pode sempre ter apresentado esse tipo de comportamento. Ou ainda, uma pessoa pode passar anos sofrendo sem receber um diagnóstico adequado e sem se cuidar, já que, em média, muitos passam cerca de 10 anos sem buscar ajuda.

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E 10 anos é muita coisa. É um tempo longo que pode propiciar diversos prejuízos para quem sofre com isso.

A distimia difere-se da depressão, já que se manifesta de maneira duradoura, insidiosa e com sintomas menos intensos se comparados aos sintomas da depressão clássica, mas todos os sintomas são persistentes.

Seu início é gradual, mas persiste, o que torna sua identificação ainda mais difícil, mas se for diagnosticada antes dos 20 anos ainda é considerada início precoce. Após os 21 anos, já é um início tardio.

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A Distimia é a presença de um humor deprimido que dura continuamente quase que como o tempo todo e os principais sintomas são:

  • Sensação de inadequação;
  • Culpa;
  • Irritabilidade;
  • Raiva;
  • Afastamento da sociedade;
  • Perda de interesse;
  • Falta de produtividade;
  • Sensação de letargia e anedonia pela manhã;
  • Sintomas são mais leves do que sintomas depressivos;
  • Sintomas de depressão de baixo grau e persistentes;
  • Constantemente confundidas com a personalidade;
  • Mais comum em indivíduos com transtornos físicos crônicos incapacitantes, em particular, entre os idosos.

A Distimia é uma doença com base genética que possui uma alta incidência em famílias com histórico de transtornos do humor, como bipolaridade e transtornos depressivos. Tanto homens quanto mulheres, são igualmente afetados por essa condição. Além disso, é comum que os pacientes apresentem outras doenças no “pacote”, como transtornos de ansiedade (especialmente o transtorno de pânico), abuso de substâncias e transtorno da personalidade borderline.

Diagnóstico da distimia

Os critérios diagnósticos do DSM-5 para distimia estabelecem que o paciente deve apresentar um humor deprimido na maior parte do tempo por pelo menos dois anos (ou um ano, para crianças e adolescentes).

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A distimia é uma condição heterogênea, podendo variar desde uma depressão crônica de baixo grau até casos mais graves que evoluem para depressão maior. A qualidade de vida dessas pessoas pode ter grande impacto

Em relação ao curso e prognóstico, cerca de metade dos pacientes com distimia experimentam um início gradual dos sintomas antes dos 25 anos. Apesar disso, muitos sofrem com os sintomas por uma década antes de buscar ajuda profissional, às vezes considerando o transtorno como parte normal de suas vidas. No entanto, tratamentos como antidepressivos e psicoterapias específicas têm demonstrado efeitos positivos no curso e no prognóstico da doença.

Embora uma porcentagem considerável de pacientes com distimia não alcance remissão completa, o prognóstico geralmente é bom com intervenção adequada.

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Fica o alerta!

1. A distimia pode surgir precocemente na vida, portanto, esteja atento ao comportamento de crianças e adolescentes, especialmente se mostrarem sinais persistentes de tristeza ou irritabilidade;

2. Os prejuízos causados pela distimia vão além do estado de humor, podendo afetar as relações sociais e a participação em grupos. Se perceber alguém se afastando ou enfrentando dificuldades para se integrar, considere a possibilidade de distimia;

3. Observar os idosos é fundamental, pois nem sempre a tristeza ou o mau-humor são considerados normais nessa fase da vida. Se notar um padrão persistente de humor deprimido em um idoso, pode ser um sinal de distimia;

4. Se você conhece alguém que se encaixa nas descrições de distimia, ofereça seu apoio e encoraje essa pessoa a buscar ajuda profissional. Às vezes, o simples ato de mostrar preocupação e oferecer suporte pode ser o primeiro passo para a melhoria.

5. Portanto, dá sim para viver uma vida melhor, mas fique atento, pois o mau-humor pode não ser só uma questão de personalidade.