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Doença de Parkinson: principais sintomas e dicas neuroprotetoras

O farmacêutico homeopata Jamar Tejada explica o que é a doença de Parkinson e como tratamentos fitoterápicos podem contribuir para a terapêutica principal

Doença de Parkinson: principais sintomas e dicas neuroprotetoras
Doença de Parkinson: principais sintomas e dicas neuroprotetoras – Freepik

Recentemente, dia 11 de abril, foi lembrado pelo Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson, uma condição neurológica que afeta 1 a 2% da população mundial acima dos 65 anos. A data foi escolhida em homenagem ao aniversário do farmacêutico e cirurgião inglês James Parkinson, que em 1817 descreveu pela primeira vez a “paralisia agitante” que mais tarde foi chamada doença de Parkinson.

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O Parkinson, como costumamos chamar, é uma doença que sempre nos preocupa. Quem nunca deu uma “tremedinha” nas mãos e logo pensou na doença? Mas nem todo tremor tem relação com o Parkinson.

Você sabia que a doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais recorrente no mundo? Eu não imaginava! Minha bisavó paterna tinha Parkinson. Eu lembro bem quando ainda criança tentava ajudá-la a segurar a xícara de café, ela chorava porque sempre derramava tudo. É uma pena que ela não esteja viva ainda hoje, já que a ciência evoluiu muito nos últimos anos e, com certeza, os efeitos da doença nela seriam bem menores.

Mas o que acontece e porque esse tremor? Há uma perda progressiva de neurônios dopaminérgicos da substância negra dos núcleos da base – traduzindo, há uma deficiência de dopamina, um neurotransmissor que também atua no controle dos movimentos e coordenação. Essa perda resulta na manifestação de bradicinesia (dificuldade de iniciar e executar movimentos voluntários), rigidez muscular, movimentos musculares anormais e involuntários (discinesias), tremor em repouso e desequilíbrio postural.

Os primeiros sintomas surgem de forma sutil, fazendo com que a própria pessoa não consiga identificar o início das primeiras manifestações. O tremor é o sintoma mais conhecido da doença, mas fique sabendo que nem todo parkinsoniano tem tremor e nem todo tremor está relacionado a doença, como eu disse no início do texto.

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O Parkinson também pode afetar o olfato e os músculos responsáveis pela fala, deglutição e peristaltismo intestinal. O avanço da degeneração pode afetar a capacidade de concentração e, numa fase mais avançada da doença, comprometimento da memória e demência.

Tratamento da doença de Parkinson

Infelizmente ainda não existe um tratamento para cura do Parkinson, mas existem abordagens terapêuticas disponíveis para gerenciar os sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Um dos tratamentos mais utilizados é o uso de levodopa, um precursor da dopamina, que apesar de não impedir a morte neuronal ou repor os neurônios perdidos, compensa a deficiência desse neurotransmissor. Além do tratamento farmacológico, existem terapias complementares e outras abordagens não farmacológicas que visam minimizar o impacto dos sintomas.

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Através da ação antioxidante, suplementos como a Coenzima Q10, N-Acetil-L-Cisteína e a Cianocobalamina (vitamina B12) desempenham papel neuroprotetor importante, já que neutralizam os radicais livres e protegem os neurônios contra danos oxidativos. Além disso, a Fosfatidilserina e o Alfa GPC são outras opções que contribuem para a saúde neuronal porque atuam na manutenção da integridade estrutural das membranas celulares.

Lembre-se sempre que a automedicação deve ser evitada, mesmo se tratando de suplementação e fitoterápicos! Procure sempre um profissional da saúde para orientá-lo e saiba que os meus textos podem ajudar esse profissional a tomar um novo rumo no tratamento.

Tratamento fitoterápico

Cúrcuma

Açafrão-da-terra ou cúrcuma contém curcumina em sua composição. A maioria dos estudos experimentais realizados demonstraram que a curcumina apresenta um efeito neuroprotetor significativo e possui capacidade antioxidante com consequente proteção dos neurônios da substância negra, que melhora os níveis de dopamina estriatal.

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Além disso, estudos mostraram que o tratamento com cúrcuma foi também eficaz na redução da apoptose neuronal (morte do neurônio) e na melhora do resultado funcional. Para saber mais sobre a cúrcuma, clique aqui.

Mucuna pruriens

Mucuna pruriens é uma planta de uso milenar e de grande importância na medicina Ayurvédica e é indicada no tratamento da doença de Parkinson devido à alta concentração de L-dopa nas sementes, que, como citei anteriormente, aumenta os níveis do neurotransmissor dopamina no sistema nervoso central, minimizando os sintomas motores associados ao Parkinson.

Estudos estabeleceram que, a uma dose equivalente, o pó de Mucuna assemelha-se a L-dopa com respeito à modulação do caminho dopaminérgico, enquanto a presença de outros constituintes da planta minimizam os sintomas motores associados ao Parkinson.

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Portanto, a suplementação com extratos dessa planta padronizados em levodopa pode ser uma alternativa terapêutica bem eficaz! Mas atenção: alguns pacientes com doença de Parkinson tratados com Mucuna apresentaram vômito, distensão abdominal, náusea, discinesia e insônia. Consulte seu médico.

Urucum

Urucum (Bixa orellana L.) são sementes são fontes de delta e gama-tocotrienol, as formas mais ativas e potentes da vitamina E. Além de apresentar atividade antioxidante e anti-inflamatória, os benefícios neuroprotetores da suplementação com tocotrienóis já foram demonstrados em um estudo clínico onde o tratamento impediu a progressão de lesões cerebrais. Para saber mais sobre o urucum, clique aqui.

Hortelã

A hortelã (Mentha spicata L.) é um potente nootrópico que contem em sua composição altas quantidades de polifenóis que garantem atividade antioxidante e anti-inflamatória, o que proporcionando neurogênese e a neuroplasticidade.

Probióticos e a doença de Parkinson

Devido à associação entre os sintomas da doença de Parkinson e a disbiose intestinal, pesquisadores começaram a explorar os efeitos do uso de probióticos para diversificar a microbiota intestinal e potencialmente gerenciar ou tratar os sintomas do Parkinson.

Os probióticos podem ser uma opção terapêutica viável para parkinsonianos que enfrentam períodos prolongados de constipação e distúrbios do sono, de acordo com um estudo. Três meses de terapia com probióticos demonstraram reduzir os sintomas motores e não motores da doença de Parkinson, divulgado em agosto deste ano no Congresso Internacional de Doença de Parkinson e Transtornos do Movimento em Copenhague, na Dinamarca.

Uma velhice saudável vai depender da nossa postura de vida ontem e hoje!

Não pense só no corpinho e numa pele jovem, a “cabecinha” também é importante, viu? Assim como a prática regular de exercícios físicos, uma alimentação adequada, o gerenciamento do estresse, sono de qualidade e o uso de suplementos neuroprotetores são medidas preventivas mais que necessárias para uma vida saudável amanhã.