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Cúrcuma: a raiz com superpoderes

De onde vêm os superpoderes da cúrcuma e por que ela é tão aclamada pelas pessoas que pregam uma vida saudável? É o que responde Jamar Tejada na coluna desta semana!

Cúrcuma: a raiz com superpoderes
Cúrcuma: a raiz com superpoderes – FREEPIK

Se você é do time dos naturebas, com certeza já ouviu falar ou faz uso dessa raiz. Caso não faça parte desse time, talvez você a conheça pelos famosos shots da imunidade que ficaram populares, principalmente, no auge da pandemia da Covid-19. Estou falando da cúrcuma, também conhecida como açafrão-da-índia, açafrão-da-terra, gengibre-amarelo, raiz do sol ou tumérico, de nome científico Cúrcuma longa. Ela pode ser encontrada em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação e até em alguns mercados.

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As origens da cúrcuma

De origem asiática, essa plantinha herbácea pertencente à família Zingiberaceae pode alcançar entre 1,20 e 1,50 m de altura, com extensas ramificações laterais, com suas folhas e flores partindo dos rizomas-mãe. A parte aproveitada da planta – e que apresenta a cor amarela característica – é o rizoma-filho que contém amido, nutrientes, óleos essenciais (cineol, felandreno) e pigmentos naturais, sendo uma parda que é descartada e outra amarela característica da espécie denominada curcumina.

O rizoma pode ser consumido de forma seca, onde é triturado, fresco, ralado ou em pedaços, como chá ou ainda como fitoterápico em cápsulas.

A cúrcuma passa por uma técnica de desidratação e logo em seguida é pulverizada, formando o pó que é utilizado universalmente como tempero culinário para carnes ou legumes, especialmente na Índia e países do oriente.

Aqui no Brasil, chegou durante o período colonial e adaptou-se facilmente ao nosso solo, de modo que é cultivada em diversas regiões do país.

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POTENCIAL TERAPÊUTICO DA CÚRCUMA

Em relação ao seu potencial terapêutico, na medicina tradicional chinesa, a cúrcuma carrega um histórico de uso no tratamento de condições inflamatórias, além das funções antioxidante pode ser usada como/para:

-Antimicrobiana;
-Antienvelhecimento;
-Melhorar a digestão;
-Inflamação intestinal;
-Regulador da flora intestinal;
-Auxiliar na perda de peso;
Combater resfriados e gripes;
-Antifúngica;
-Antiespamódica;
-Antimalárica;
-Anticoagulante;
-Evitar crises de asma;
-Desintoxicar e tratar problemas de fígado;
-Regular colesterol;
-Anticancerígena;
-Antitumoral;
-Neuroprotetora;
-Estimular o sistema imune;
-Aliviar inflamações da pele, como eczema, acne ou psoríase;
-Melhorar a resposta anti-inflamatória natural.

Tá bom, ou quer mais?

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De onde vem o poder da cúrcuma?

Falando um pouco de bioquímica, para entender o porquê de todos esses poderes da cúrcuma, (sei que muitos não gostam, mas é importante entender o porquê da fama daquilo que consumimos) já que quando sofremos um processo inflamatório ele se caracteriza como uma resposta a uma lesão do tecido gerada por algum agente mecânico, químico ou físico, no qual atua como um mecanismo fisiopatológico de defesa representado como uma cascata de reações do organismo.

Essa reação inflamatória tem como objetivo de eliminar, diluir ou isolar o agente causador da lesão, agindo tanto como uma resposta tanto defensiva quanto reparadora. Um dos fatores que podem interferir no processo inflamatório é a presença de espécies reativas de oxigênio (ERO) e/ou nitrogênio (ERN) em excesso, que representa um estresse oxidativo.

Essas EROs e ERNs são substâncias altamente reativas e instáveis capazes de se ligarem rapidamente a outras moléculas e desempenhar papéis cruciais em diversas etapas do metabolismo normal do ser humano, podendo assumir funções que nos favoreçam ou prejudiquem. Quando em excesso, essas substâncias podem provocar o surgimento de alterações na resposta inflamatória, mutações genéticas e morte celular. Então, o importante é manter um equilíbrio.

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E o que a cúrcuma tem a ver com esse processo? Tudo!

A cúrcuma possui uma classe de substâncias denominada curcuminoides, responsáveis por desempenharem essas funções anti-inflamatória e antioxidante. Ela é capaz de inibir a produção de proteínas, que fazem parte do processo inflamatório no sistema nervoso, atuando na diminuição das cascatas sinalizadoras inflamatórias. Principalmente, diminuindo a quantidade de neutrófilos circulantes no período de pós-lesão, limitando assim os resultados negativos ocasionados por essa cascata. Porém, o mecanismo de ação da cúrcuma não é ainda totalmente compreendido.

Falando na função protetora do trato gastrointestinal, através do principal metabólito da cúrcuma, a curcumina age impedindo a ativação dos principais fatores de transcrição (fator nuclear kB (NF kB) e as B-catequinas) que desempenham um papel chave no processo inflamatório dos intestinos. Além disso, a propriedade anti-inflamatória da cúrcuma está relacionada à sua intervenção na via do ácido araquidônico e interrupção da atividade do fator nuclear κ B (NF)-κB, cortando a cascata inflamatória. Portanto, a cúrcuma demonstra ser uma espécie promissora para tratamento da doença inflamatória intestinal (DII).

Como pode ser usada?

Não apenas para temperar comidas, mas também pode ser consumida na forma de cápsulas. Eu mesmo faço uso diário há anos. Além disso, as suas folhas podem ainda ser utilizadas na preparação de alguns chás.

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Infusão de cúrcuma: colocar uma colher de café de pó de cúrcuma em 150 ml de água fervente e deixar repousar por cerca de 10 a 15 minutos. Consumir até três xícaras por dia no intervalo das refeições;

Cápsulas de cúrcuma: geralmente, a dosagem recomendada é de duas cápsulas de 250 mg a cada 12 horas, totalizando 1 g por dia. No entanto, a dosagem pode variar de acordo com o problema a tratar ou mesmo se estiver tomando apenas como protetor antioxidante. Consulte um médico, farmacêutico e/ou nutricionista.

Gel ou creme de cúrcuma: misturar uma colher de chá do pó de cúrcuma a mais ou menos duas colheres de sopa de creme ou gel puro e aplicar sobre as inflamações da pele, como a psoríase, por exemplo.

Quem não deve usar

Apesar de ter vários benefícios para saúde, a cúrcuma está contraindicada em pessoas que façam tratamento com anticoagulantes e com obstrução das vias biliares devido à pedra na vesícula. A cúrcuma na gravidez ou lactação só deve ser utilizada sob orientação médica.