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Resveratrol: a supermolécula protetora presente no vinho que evita doenças

Você já deve ter escutado que tomar uma taça de vinho tinto por dia faz bem à saúde: e, sim, é verdade; o motivo é o resveratrol, e na coluna desta semana, Jamar Tejana nos aponta os benefícios deste composto

Resveratrol: a supermolécula protetora presente no vinho que evita doenças
Resveratrol: a supermolécula protetora presente no vinho que evita doenças – Freepik

Com certeza você já ouviu falar sobre isso, se não, com certeza também já deve ter ouvido falar que tomar um cálice de vinho tinto por dia faz muito bem para nossa saúde!

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Pois bem, esse ‘fazer muito bem’ do vinho se deve ao resveratrol. Embora a fama de dona do resveratrol tenha ficado com a uva – não é ela a dona do passe – essa molécula é encontrada em diversas plantas e frutas, incluindo framboesas, mirtilos, ameixas, cacau e amendoim.

Resveratrol: um composto da “autodefesa” das plantas

O resveratrol é um composto quimicamente conhecido como estilbenoide, uma fitoalexina, com propriedades antimicrobianas produzidas pelas plantas quando sob ataque. Por isso, sua produção é estimulada pelo ataque de fungos, estresse (irradiação, calor e toxinas) e radiação ultravioleta. Ou seja, quanto mais tranquila a vida da planta, menor a quantidade de resveratrol nela encontrada. O suco de uva orgânico, por exemplo, tem maior concentração do que o vinho, pois ao evitar defensivos agrícolas, a planta desenvolve mais a autodefesa.

Ainda falando da sua estrutura química, o resveratrol tem dois isômeros, cis e trans, ou seja, compostos com a mesma fórmula molecular, mas estruturalmente diferentes. Nas uvas, ambos são sintetizados quase inteiramente na casca. Uma enzima é ativada por fatores de estresse como luz UV, sinais químicos de fungos patogênicos, entre outros, e assim liberando o composto.

Logo, o teor de resveratrol pode diferir significativamente entre países, áreas de cultivo, safras e também nos métodos de produção. Apesar dessa variação, a concentração de cis-resveratrol é geralmente proporcional à concentração de seu isômero trans. O vinho tinto pode conter aproximadamente 1,9 ± 1,7 mg de trans-resveratrol/L. Análises já mostraram que o valor médio para os sucos comerciais concentrados do Brasil foi de 1,01mg/L e, para os ecológicos, de 2,83mg/L, bem superior aos norte-americanos (0,03-0,15mg/L), japoneses (0,04-0,44mg/L) e espanhóis (0,01-1,09mg/L).

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O resveratrol foi isolado pela primeira vez em 1939 das raízes do heléboro branco (Veratrum grandiflorum), uma planta medicinal perene e venenosa encontrada principalmente na Ásia e não da uva! Acredita-se que o resveratrol recebeu seu nome pelo fato de ser um derivado do benzeno-1,3-diol resorcinol e isolado da espécie Veratrum. Mais adiante, ele foi isolado de várias outras plantas e frutas, e seus derivados, até mesmo do vinho.

As concentrações mais altas de resveratrol são encontradas em uma erva japonesa conhecida como Polygonum japonicum, o que levou cientistas a estabelecerem uma série de estratégias para isolamento e purificação de até 1 g de resveratrol a partir de 100 g de extrato. Além do resveratrol purificado, extratos de outras plantas também são comercializados como suplementos geralmente feitos de vinho tinto ou extratos de uva. Variedades de uvas e vinhos tintos contêm cerca de 3 a 10 vezes mais resveratrol do que as encontradas em cepas brancas.

Como atua o resveratrol?

Os pesquisadores acreditam que as plantas acumulam polifenóis (resveratrol) e estimulam o caminho das sirtuínas (enzimas reguladoras dos mecanismos de longevidade) em situações de estresse.

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O resveratrol atua sobre as sirtuínas que têm a função de controlar a ação de vários genes, silenciando a sua atividade. Com o passar da idade, são ativados genes que diminuem a capacidade de resposta ao estresse. O resveratrol agiria sobre eles reduzindo a intensidade com que se expressam e com que as proteínas são fabricadas, fazendo com que o silenciamento desses genes contribua para evitar doenças. Além disso, as fitoalexinas exercem múltiplas atividades e têm efeitos anti-inflamatórios, antiproliferativos e antioxidantes.

Câncer

O surgimento do câncer está associado a diversos fatores como alimentação, estilo de vida e também devido questões hereditárias e genéticas. No entanto, estudos apontam que o resveratrol diminui os riscos da doença aparecer ao reduzir a inflamação do organismo e bloquear o crescimento e a propagação das células cancerosas.

Atividade cerebral

O composto pode contribuir com o aprendizado, a memória e o humor. Por possuir propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, o resveratrol pode proteger as células cerebrais de danos causados por radicais livres.

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Diabetes

O resveratrol pode melhorar a sensibilidade à insulina, o hormônio que controla os níveis de glicose no organismo. Além disso, pode ativar uma proteína que ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue mais baixos.

Saúde cardíaca

Devido suas propriedades antioxidantes, o resveratrol tem sido muito utilizado no complemento de tratamento de doenças cardiovasculares. Ele pode reduzir a pressão arterial e o colesterol “ruim” do organismo, além de produzir mais óxido nítrico, o que faz com que os vasos sanguíneos relaxem, evitando a pressão alta.

Pele saudável

Por causa de seu poder antioxidante e anti-inflamatório, o resveratrol é um importante aliado no combate ao envelhecimento da pele, protegendo-a dos danos causados pelo fotoenvelhecimento, além de ser um protetor de infecções fúngicas e capaz de desacelerar o processo do envelhecimento, melhorando  o aspecto das rugas e linhas de expressões e estimulando os fibroblastos, responsáveis pela produção do colágeno e elastina – reforçando a elasticidade e sustentação da pele.

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Possui também propriedades clareadoras e amenizadoras das manchas escuras, tais como sardas, melasma, hiperpigmentação pós-inflamatória e outras provocadas devido a alterações hormonais. Esses efeitos podem ser obtidos tanto com a aplicação do resveratrol, como através de cremes ou através da suplementação em cápsulas e alimentos.

Qual a quantidade indicada?

Ainda não foi definida uma quantidade ideal diária de resveratrol. Se for tomado através do ativo puro, usualmente de 5 mg a 30 mg por dia, podendo chegar em até 50 mg. É importante buscar orientação de um nutricionista ou médico para saber a quantidade ideal por dia que deve ser prescrita de forma individual.

Emagrece?

Não existe nenhuma comprovação científica de que o resveratrol ajuda a emagrecer, mas devido seu poder anti-inflamatório e antioxidante, com certeza, ele ajuda positivamente nesse processo.

Há riscos?

O uso de resveratrol costuma ser seguro para a maioria das pessoas, mas o excesso obviamente deve ser evitado, pois em quantidades excessivas e a longo prazo, pode causar náuseas, vômitos, diarreias e problemas no fígado. Grávidas e lactantes devem evitar o uso da suplementação sem orientação médica, assim como mulheres com histórico de câncer induzido por estrógenos, pois este apresenta estrutura química semelhante ao estrógeno sintético Dietil-betaestradiol sugerindo que o Resveratrol possa agir como um agonista estrogênico.

Resveratrol também não deve ser associado a medicações que atuem na coagulação, pois há o risco de hemorragias. Pessoas que usam fármacos para controlar pressão arterial e imunossupressores também devem se atentar para interações medicamentosas. Fármacos como varfarina, dipiridamol, AINES e aspirina são alguns dessas classes.

Como sempre e como tudo que falo para vocês por aqui toda semana: evite excessos e busque orientação de um profissional de saúde!


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