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Por que um elogio não é tão impactante quanto um comentário maldoso ou uma crítica?

Dra. Jéssica Martani fala sobre relação da crítica com o processo evolutivo. Veja ainda como determinados comentários podem fortalecer o aprimoramento pessoal

Por que um elogio não é tão impactante quanto um comentário maldoso ou crítica?
Por que um elogio não é tão impactante quanto um comentário maldoso ou crítica? – Freepik

Por que será que uma crítica reverbera mais que um elogio? A resposta para essa pergunta nasce há milhares de anos e mora em nosso processo evolutivo. Acredite se quiser: olhar para o “lado negativo” nos fez sobreviver! É isso mesmo e eu explico.

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Mesmo com toda a nossa evolução, sabemos que, há milhares de anos, já existia em nós um estímulo negativo que poderia nos indicar uma morte eminente. Por isso, quanto mais rápido você os percebesse, maiores seriam suas chances de sobrevivência.

Assim, ao reparar em algo ruim, o corpo reagia com seu sistema mais inato. É o sistema de luta e fuga que, diante de uma situação que identificamos como ameaçadora, ativa o cérebro para entrar em modo de alerta – como se tivesse que se defender – e adivinha? Nada mudou!

Apesar da evolução tecnológica e evolução da nossa espécie, nosso cérebro continua o mesmo. Então, é mais fácil estarmos mais atentos ao lado negativo das coisas. É por isso que não adianta recebermos uma grande quantidade de elogios. Se houver uma crítica ou comentário negativo, este chamará mais a sua atenção.

Na nossa essência queremos ser felizes e positivos, porém, muitas vezes o corpo é quem paga com a ativação do nosso cérebro primitivo e as sensações de que estamos sendo atacados. Sabemos que faz parte da nossa maturidade errar, acertar e aprender com os erros, e muitas vezes saber lidar com uma crítica irá ocasionar em uma evolução pessoal e profissional.

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Dicas de como lidar melhor com críticas e torná-las fortes aliadas do aprimoramento pessoal:

Defina quem você vai ouvir

Definir quem você vai ouvir é muito importante. Pense: “Será que essa pessoa que está fazendo a crítica sabe do assunto que está abordando?”. “A pessoa que está fazendo essa crítica tem conhecimento sobre mim e sua trajetória?”. “Ela consegue me criticar com base em fatos densos ou está criticando com base em um fato superficial?”.

A verdade é que nem toda crítica ocorre para o nosso bem. Muitas vezes, as pessoas nos criticam apenas para nos deixar – mais – tristes.

Também é importante saber que a crítica não é uma verdade absoluta e devemos considerar o momento e o estado emocional em que foi feita. É necessário observar se você confia na pessoa que está criticando e se você irá aprender algo com este comentário.

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A crítica não é um selo de aprovação

Ao considerar a crítica e acatá-la como relevante, é importante saber que você não é o seu erro. Tenha uma visão prática desta critica, faça uma reflexão, uma autoanalise, não se sinta diminuído.

As críticas e avaliações são embasadas em um conjunto de ações, e não em quem você é. Lembre-se: essa crítica não te define! Então, pegue leve! Não há necessidade de se sentir diminuído ou ter autopiedade. Use a crítica como aprimoramento pessoal e não busque por aprovação. Reflita sobre ela e vá à parte prática buscando soluções!

Assim, é mais fácil conseguir refletir e fazer uma autoavaliação sobre os caminhos que estamos seguindo e com isso saber distinguir as críticas que nos levarão para frente e as que nos deixarão estagnados. É importante estar sempre com a nossa autoconfiança em dia para não se abalar desnecessariamente. Se você estiver sentindo que tem muita dificuldade em lidar com críticas, vale a pena uma análise mais profunda em psicoterapia para entender o que está acontecendo.

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Quando você passa a priorizar o aprimoramento pessoal em vez da aprovação de terceiros, fica mais fácil transformar a crítica em uma motivação para o sucesso!


Sobre Dra. Jéssica Martani

Médica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia em Nova Iorque – EUA, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo com residência médica em psiquiatria pela Secretaria Municipal de São Paulo e pós graduação em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela CEMBRAP.
CRM 163249/ RQE 86127

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