‘Casamento lavanda’: entenda tendência que está em alta entre jovens
Antigamente, conhecida como união por conveniência, esse tipo de relação tem se popularizado entre a Geração Z por proporcionar estabilidade financeira

Antigamente, conhecida como união por conveniência, esse tipo de relação tem se popularizado entre a Geração Z por proporcionar estabilidade financeira
Você, provavelmente, tem aquele amigo com quem combinou se casar caso não encontre um amor até certa idade, né? Essa prática, que era conhecida como uma união por conveniência, voltou a ganhar destaque nas redes sociais através da hashtag ‘lavender marriages’, ou ‘casamento lavanda’, e se tornou tendência entre a Geração Z. Entenda:
De acordo com o portal ‘VICE‘,o casamento lavanda surgiu em meados do século XIX. Ele servia como uma alternativa para homens e mulheres homossexuais – que, na época, não podiam seguir suas preferências – criarem um relacionamento em busca de aceitação. Essas relações, diferente do casamento tradicional, valorizaram a amizade ou a estabilidade acima do sexo. Na segunda metade do século XXI, a prática também se popularizou entre os heterossexuais como uma forma de manter um status social.
Por muito tempo, ela parecia ter sido esquecida. No entanto, em meio a crises econômicas, os jovens voltaram a aderir ao casamento lavanda, motivados por razões semelhantes às de sua origem: segurança — especialmente, a econômica. Além disso, com o surgimento de aplicativos de namoro, os Centennials estão mais descrentes quanto às paixões e perderam a vontade de procurar relacionamentos.
“Seja porque vive em um país que não reconhece a união entre pessoas do mesmo sexo, ou simplesmente porque não quer — ou não pode — esperar que o amor verdadeiro traga estabilidade financeira, ela pode recorrer ao método como a única forma disponível de acessar os benefícios econômicos historicamente ligados à relação heterossexual”, explicou o especialista em gênero e sexualidade, Edward Reese, para o veículo.
Destacando o sucesso do casamento lavanda, um levantamento do Instituto QualiBest mostrou que 35% dos paulistas, entre 18 e 29 anos, apoiam a hipergamia. Neste tipo de relação, uma pessoa atua como o apoio financeiro da outra. Ademais, segundo a pesquisa, 24% dos indivíduos preferem a agamia, quando há envolvimento amoroso, mas não um namoro. Outros 19% demonstraram interesse em micro-romance, que consiste em um relacionamento intenso e breve. Por fim, os últimos 18% aderem ao poliamor, em que há um vínculo afetivo com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
“Essa geração tem mais consciência e preocupação com a saúde mental e também com a responsabilidade emocional, optando por um modelo de relacionamento mais prático e descomplicado, como a hipergamia, ou estilo de vida Sugar, por ser uma escolha que valoriza a leveza”, detalhou o profissional em relacionamentos, Caio Bittencourt, ao ‘ABC Agora‘.
*Texto feito sob supervisão de Helena Gomes