Governo divulga novo protocolo do uso de cloroquina; Médicos serão obrigados a usar? Entenda

A partir de agora, o SUS poderá administrar o medicamento em casos de pacientes com sintomas leves da Covid

Governo divulga novo protocolo do uso de cloroquina; Médicos serão obrigados a usar? – PxHere

O Ministério da Saúde divulgou durante a manhã desta última quarta-feira, 20, um novo protocolo sobre o uso da cloroquina no tratamento do coronavírus.

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Com as novas recomendações, os médicos poderão agora prescrever o medicamento para pessoas com sinais leves da doença. Antes, a indicação era só para casos graves. Segundo nota divulgada no site do Ministério, são esses os “pacientes que apresentarem os sintomas: perda do paladar e olfato, febre, coriza, diarreia, dor abdominal, tosse, fadiga, dores musculares e cefaleia”. O tratamento só será utilizado caso esses sintomas ocorram nos cinco primeiros dias do início desses sinais.

O documento, que não traz a assinatura de nenhum responsável médico, deixa claro, no entanto, que não há comprovação científica do benefício da cloroquina. Estudos internacionais não encontraram eficácia no remédio e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda o uso.

Vale lembrar que a persistência do presidente Jair Bolsonaro quanto o uso da cloroquina foi motivo de atrito entre os ex-ministros da saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. A troca e saída dos responsáveis pela pauta ocorreu em menos de um mês. Recentemente, o médico conhecido como Dr. Hollywood foi uma das personalidades que pediu ao presidente para assumir o cargo; clique aqui para conferir.

O protocolo aponta ainda que a droga “deve ser usada com precaução em portadores de doenças cardíacas, hepáticas ou renais, hematoporfiria e doenças mentais”, uma vez que os efeitos colaterais da cloroquina são reconhecidos como perigosos, especialmente para quem tem problemas no coração, já que o remédio pode causar arritmia.

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Clique aqui para acessar o protocolo com as ‘Orientações do Ministério da Saúde Para Manuseio Medicamentoso Precoce de Pacientes com Diagnóstico da Covid-19’.

O uso da droga ficará sob a responsabilidade do médico, ou seja, ele não será obrigado a prescrever o medicamento. Caso o profissional da saúde decida utilizar a cloroquina no tratamento e haja a concordância do paciente, o infectado deverá assinar um termo de autorização.

Em contrapartida, sociedades médicas ligadas às áreas de tratamento contra a Covid-19 assinam um documento conjunto não recomendando o uso da cloroquina para pacientes com o novo coronavírus, devido à ausência de resultados satisfatórios do medicamento. O documento traz as assinaturas de 27 especialistas da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

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