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Individualidade VS individualismo: psicóloga dá dicas sobre como lidar com ambas situações no casamento

”A reclamação acontece quando, na relação, deixa de se existir uma individualidade e o indivíduo passa a exercer o individualismo”, explica a psicóloga Alessandra Augusto; saiba mais

Individualidade VS individualismo: psicóloga dá dicas sobre como lidar com ambas situações no casamento – Freepik / rawpixel.com

Existe diferença entre individualismo e individualidade? Afirmamos que sim, e a psicóloga Alessandra Augusto, para além de confirmar o fato, em conversa com a Bons Fluidos, explicou como determinadas atitudes egocêntricas podem prejudicar o relacionamento de um casal. Confira as respostas da profissional:

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Qual a diferença de individualidade e individualismo?

“A individualidade é formada por características que tornam o indivíduo único, características que atribuem a mim — ou ao outro — uma identidade. O individualismo, por sua vez, é uma atitude egocêntrica de um indivíduo, por vezes egoísta, na qual eu entendo que ‘tudo e todos estão voltados para mim’.

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No casamento, eu posso manter a minha individualidade, aumentando a minha intimidade com meu parceiro(a). Eu costumo dizer nos atendimentos de casais que é perfeitamente possível aumentar e nutrir a intimidade, mas mantendo a individualidade, ou seja, minhas parcerias, meus amigos, algumas atividades. A reclamação acontece quando, an relação, deixa de se existir uma individualidade e o indivíduo passa a exercer um individualismo, e isso traz diversos problemas para a relação. Uma vez parceria, o pensamento deveria ser em conjunto. Já no individualismo, esse pensamento é voltando para si.”, começa a psicóloga.

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Quais são as reclamações mais comuns de um parceiro sobre o outro relacionado a individualismo?

“As reclamações mais comuns estão ligadas ao não pensar no outro. No consultório, quando eu atendo um casal, quando vem a tona o processo do individualismo, ele não vem do indivíduo falando de si, mas falando do outro, reclamando do outro. ‘Quando ele sai, ele quer sair sozinho, ele tem um problema e não compartilha.’ Até mesmo os alimentos são comprados para agradar apenas um dos cônjuges. Não existe flexibilidade.”, explica Alessandra.

Quais são as dicas para manter um relacionamento saudável e não deixar o individualismo atrapalhar?

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“Eu indico quando estou atendendo os casais para que eles façam a manutenção da relação. É preciso haver flexibilidade, respeito e diálogo. Sem esses três elementos, não convivemos com ninguém, nem com nossos pets. Eu preciso respeitar esse indivíduo dentro da sua cultura familiar, questões, gostos. Abrir mão do que pode ser agradável deve ser feito em benefício do outro. É muito bacana ver nosso parceiro feliz e participar da felicidade dele — lembrando que este comentário não indica que você deve abdicar de seus gostos apenas para agradar o próximo, ou seja, esta atitude deve ser mútua e um consenso deve ser atingido na maioria das vezes.

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Compartilhar é uma das dicas para manter um relacionamento saudável, longe do individualismo. Compartilhar a vida, o dia a dia, os desejos e os sonhos, trazer sempre a tona o que me agrada e desagrada. Além disso, quando eu sou flexível à ideia do outro, eu trago tranquilidade para a minha relação. Eu preciso considerar que eu posso estar errado e sair do lugar do egocentrismo.”, finaliza a profissional.

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Alessandra Augusto: Formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia, Alessandra Augusto é a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você!”. Lidando diretamente com familiares coterapeutas em uma clínica de neurorreabilitação, a idealizadora do Projeto Psicoterapia Acessível entende a importância da participação da família e amigos no tratamento do paciente, e por meio deste artigo pretende propor um questionamento “Quem cuida do cuidador?”. Segundo ela, o “manejo das famílias é o que me encanta”.