No que consiste a Fome Emocional? Psicóloga fala sobre relação entre frustrações e aumento de peso
A profissional ainda evidenciou que os casos de Fome Emocional cresceram muito durante a quarentena; confira!
A profissional ainda evidenciou que os casos de Fome Emocional cresceram muito durante a quarentena; confira!
Durante esta quarentena, talvez nosso maior desafio seja passar tanto tempo em contato com nós mesmos. Neste período, algumas sensações ou lembranças desagradáveis e pendentes podem vir a tona.
As consequências dessa perturbação silenciosa são diversas. A Bons Fluidos conversou com a psicóloga Alessandra Augusto que esclareceu algumas questões sobre o que é a Fome Emocional e como ela se manifesta em nosso dia a dia.
O que é fome emocional?
A fome emocional aparece quando o indivíduo não sabe ou não quer lidar com suas emoções, sentimentos ou pensamentos. A fome emocional leva o indivíduo a ter um comportamento repetitivo e compulsivo de se alimentar, saciando uma exigência emocional. É aquela fome que engorda.
O que pode causar uma fome emocional e como ela é diagnosticada?
A fome emocional se manifesta quando o indivíduo não lida bem com seus pensamentos, emoções ou sentimentos, como, por exemplo, dores, angústias, tristezas, preocupações, frustrações e estresse, e acaba usando a comida como forma de prazer. É uma forma de se preencher e escapar dos problemas através do prazer momentâneo que o alimento proporciona.
Para diagnosticar a fome emocional, observar se há fome antes de completar três horas desde a última refeição é um dos sinais. É importante observar também se a fome antecede algum evento ou situação que cause medo, ansiedade, estresse.
Como diferenciar a fome emocional da “fome física”?
A fome física caracteriza-se por ser gradativa. Aparece, em certos indivíduos, cerca de três horas após a última refeição. Neste caso, por exemplo, sentimos o estômago vazio, fazendo barulhos (roncar), fraqueza, tonturas, etc.
A fome emocional caracteriza-se por não ser gradativa, aparece de forma repentina, minutos após cada refeição. Alguns exemplos são, após o término da refeição, lançar mão de chocolates, doces, biscoitos, mesmo sentindo o estômago cheio, sente vontade de comer mais.
Quais as consequências da fome emocional e como tratar?
A fome emocional pode trazer dificuldade de emagrecimento, aumento de peso repentino, estados depressivos pela frustração por não conseguir cumprir metas, dietas, etc.
Primeiramente, entenda suas emoções. Organize seus pensamentos para ter habilidade emocional e para lidar com a demanda do dia a dia. Na hora das refeições procure evitar tratar de eventos desgastantes, para não substituir o desprazer pelo prazer que o alimento traz.
A pandemia aumentou casos de fome emocional?
Sim. Estamos vivenciando tempos de fortes emoções. A fome emocional está ligada a uma falta de habilidade emocional. Nesse contexto, ficamos ansiosos, com medo do presente e futuro, rodeados de incertezas, queda do financeiro, desgastes das relações, violência, intolerância. Precisamos, mais do que nunca, cuidar de nossa saúde mental.
Alessandra Augusto, psicóloga clínica: Formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia, Alessandra Augusto é a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você!”. Lidando diretamente com familiares coterapeutas em uma clínica de neurorreabilitação, a idealizadora do Projeto Psicoterapia Acessível entende a importância da participação da família e amigos no tratamento do paciente, e por meio deste artigo pretende propor um questionamento “Quem cuida do cuidador?”. Segundo ela, o “manejo das famílias é o que me encanta”.