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Nobel da Paz, paquistanesa Malala Yousafzai se reúne com ativistas brasileiras em encontro virtual

O encontro online ocorreu neste último sábado, 18, via Zoom; veja algumas das principais falas de Malala

Nobel da Paz, paquistanesa Malala Yousafzai se reúne com ativistas brasileiras em encontro virtual
Nobel da Paz, paquistanesa Malala Yousafzai se reúne com ativistas brasileiras em encontro virtual – Reprodução / Instagram / @malala

Recém-formada em Oxford, a paquistanesa Malala Yousafzai, mais jovem premiada pelo Nobel da Paz, em 2014, conversou neste sábado, 18, com algumas das grandes ativistas sociais brasileiras em um encontro virtual.

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A jovem que recentemente completou seus 23 anos se reuniu em uma chamada pelo Zoom, plataforma de videoconferências, com personalidades como Luana Génot, Maitê Schneider, Stephanie Ribeiro, Ana Fontes e Tábata Amaral. O tema do debate era, a princípio, a questão de gênero.

A revista Marie Claire teve acesso exclusivo à chamada e divulgou algumas das falas mais icônicas da paquistanesa durante a conversa.

Sobre o período de quarentena em decorrência do coronavírus, Malala começou: “Este tem sido um tempo de reflexão para mim. Estamos vendo também que debates como o ambiental e da não equidade racial estão tomando mais força. A educação das meninas é fundamental para esse debate, pois, assim, elas se tornam capazes de sentar nas mesas de negociação, podem tomar decisões, com a consciência de gênero e de outras diferenças que os homens não estão atentos […] A perda de um ou dois anos de escola na vida dessas crianças é uma perda para a sociedade, uma perda econômica”.

Maitê Schneider, ativista transexual, perguntou para a paquistanesa sobre o medo enfrentado diante do Talibã, movimento fundamentalista islâmico nacionalista. Aos 14 anos, Malala foi baleada na cabeça por homens que faziam parte do grupo terrorista em um ônibus lotado de crianças.

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Em resposta, a Yousafzai disse: “Essas coisas me fizeram entender o que significa o medo. Percebi que não tinha medo das pessoas que estavam tirando nossa paz, do terrorismo, mas do futuro. Tinha medo de ter que viver naquela situação para sempre. Eu quis mudar essas coisas. E a mudança só é possível por meio de ações”.

Após a morte de George Floyd, home afro-americano que foi assassinado na cidade de Minneapolis, EUA, no dia 25 de maio, estrangulado por um policial branco, uma onda de protestos antirracistas correu o mundo. “Tem muitas coisas que precisamos aprender, não apenas sobre não equidade de gênero e discriminação, mas especialmente sobre antirracismo”, disse.

“George Floyd foi uma perda trágica, mas, ao mesmo tempo, acordou todos nós para pensar, olharmos para dentro e nos perguntarmos o que temos feito, qual nossa contribuição para o racismo sistêmico. O quanto enxergamos e estamos cientes do nível de não equidade e racismos nas nossas próprias instituições, organizações, salas de aula e escolas. Nós precisamos desafiar, denunciar isso”, concluiu.

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