Rir é terapêutico: como o riso auxilia na recuperação de pacientes?
Ao rir, o cérebro libera uma dose de substâncias que chegam à corrente sanguínea e proporcionam um estado moderado de euforia
Ao rir, o cérebro libera uma dose de substâncias que chegam à corrente sanguínea e proporcionam um estado moderado de euforia
A afirmação da sabedoria popular de que “rir é o melhor remédio” está correta e, além disso, as risadas têm efeito analgésico, funcionam como terapia e podem acelerar a recuperação de pacientes. O coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professor Eduardo Pedroso, afirma que os efeitos no humor podem ser utilizados como auxílio para restabelecer a saúde de pessoas em tratamento.
Um estudo da Universidade de Oxford mostra que o efeito de dar risadas consegue aliviar dores. “Diferentes estudos indicam que as terapias alterativas de cunho lúdico causam mudança no comportamento de enfermos e estimulam a melhora nos quadros clínico e emocional, além de reduzir o estresse no período de internação”, explica o psicólogo.
A eficiência do riso pode ser comparada com o da acupuntura, da meditação e até de exercícios físicos, segundo o especialista. Ao rir, o cérebro libera uma dose de endorfina e de serotonina no organismo, substâncias que chegam à corrente sanguínea e proporcionam um estado moderado de euforia. Com isso, uma reação química é provocada, amenizando as sensações de dor, além de aumentar a autoestima e promover o bem-estar.
As gargalhadas também diminuem os níveis de cortisol, conhecido popularmente como o hormônio do estresse. A substância tem efeito imunossupressor quando está em abundância no corpo. O indivíduo em tratamento, quando está de mau-humor, é mais propenso a desenvolver problemas como pressão alta, tensões musculares e o enfraquecimento do sistema imunológico.
“É importante destacar que muitos grupos sociais, apropriados desses estudos e com objetivo de trazer qualidade de vida para aqueles que estão em sofrimento, criaram projetos variados que tem como o principal elemento o riso”, afirma o professor da Anhanguera. “Assim, é possível proporcionar melhoras significativas em tratamentos. Muitas dessas ações podem acontecer em hospitais, unidades de quimioterapia, de hemodiálise e em outros lugares onde essa iniciativa é bem-vinda”, completa.
O ato de rir é preventivo e protege o sistema cardíaco, uma vez que as paredes das artérias ficam flexíveis e dilatadas, além de limpar e fortalecer os pulmões e trazer melhora na circulação e na função vascular. Em casos de pacientes que apresentem sintomas de depressão ou dificuldades para despertar emoções relacionadas ao riso, o apoio de profissionais de psicologia é necessário e irá auxiliar na manutenção do bem-estar emocional.