Até onde podemos ir pelo trabalho? Saiba como identificar os sinais da Síndrome de Burnout

Segundo o especialista José Fernandes Vilas, o cansaço extremo, os lapsos de memória e a incapacidade de aproveitar momentos de prazer são sinais indicativos da doença

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O cansaço extremo, os lapsos de memória e a incapacidade de aproveitar momentos de prazer são sinais indicativos do Burnout – Canva Equipes/peopleimagesyuriarcurs

De acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho, cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofre com a Síndrome de Burnout. Outro levantamento mostrou que a doença – caracterizada pelo esgotamento físico e mental em decorrência do estresse no trabalho – ocasionou o afastamento de quatro mil pessoas. A cada ano esse número, que representava somente 178 das ausências de empregados em 2019, cresce ainda mais. Mas o que temos feito para evitar esse aumento? Especialistas explicam que a solução abrange mais do que a redução de atividades. É preciso focar na mente e no corpo!

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Identificando o Burnout

Segundo o médico e autor do livro ‘Quando o Sucesso Vira Burnout, José Fernandes Vilas, essa síndrome surge quando passamos a nos preocupar excessivamente com as demandas, a ponto de pensarmos nelas até mesmo nos momentos de lazer. “O problema não é trabalhar muito, é quando o emprego consome tudo: a energia, o sono, os vínculos e a identidade. É aí que a saúde mental começa a ruir, silenciosamente”, afirma. 

Entretanto, esse não é um processo que ocorre rapidamente. Fernandes aponta que o corpo costuma sinalizar quando está próximo do esgotamento. “Por exemplo: acordar cansado, mesmo após uma noite inteira de sono; sentir falta de prazer em coisas que antes te motivavam; irritabilidade; lapsos de memória; sensação de estar sempre no limite e, o mais perigoso, começar a achar tudo isso banal e normal. Esses sintomas não são frescura, nem apenas uma fase. Quanto mais cedo você escuta esses indícios, menor é o custo da recuperação”, aponta.

Por isso, o especialista esclarece que, após identificar esses primeiros sinais, é necessário cuidar de si mesmo e mudar a rotina. “A primeira atitude não é trabalhar menos, e sim se observar mais. Além buscar apoio profissional, ajustar o sono, a alimentação e incluir pausas reais no seu dia a dia. Zele pela mente como se faz com o coração. Ou seja, com prioridade e não com improviso. O Burnout não surge da noite para o dia”, ressalta.

Como evitar o diagnóstico?

Além disso, o médico defende que aderir a esses costumes é a melhor forma de prevenir o desenvolvimento da síndrome. Assim, ele sugere apostar em uma dieta baseada em alimentos com propriedades anti-inflamatórias, praticar exercícios diariamente e fazer pausas de, ao menos, cinco minutos durante o trabalho. Ele também indica manter o contato com a natureza e com seus hábitos de lazer.

“Burnout não se evita com sorte, mas com uma rotina inteligente, consciência e respeito por si mesmo.
Antes de se entregar ao excesso, dedique a sua vida ao autocuidado“, declara.

No entanto, de acordo com Fernandes, caso já tenha recebido o diagnóstico, é possível revertê-lo, e esse processo começa ao reconhecer que não houve uma falha da sua parte. Ele destaca que o principal é não se cobrar, e entender que este momento demanda um planejamento, não mais esforço. Além de procurar ajuda psicológica, é recomendado consultar um médico. Desta forma, os profissionais poderão analisar exames e sugerir um tratamento adequado.

“Inicia uma reconstrução de dentro para fora. A síndrome não é o fim. É o corpo pedindo uma nova forma de viver. E eu te garanto: com o suporte certo, é possível voltar mais forte, mais lúcido e mais leve”, diz.

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