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Saúde financeira x saúde emocional da mulher: especialista dá 4 dicas para você se organizar financeiramente e garantir autonomia emocional

Saber controlar e cuidar do próprio dinheiro é sinal não só de independência como também um ótimo caminho para manter a cabeça despreocupada no âmbito econômico

Saúde emocional x saúde financeira: o que as duas têm em comum? – FREEPIK

A economia é uma ciência social que impacta diretamente na vida das pessoas, principalmente mulheres.

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Apenas no ano de 2020, desde o início da pandemia, mais de 45% do público feminino economicamente ativo perdeu o emprego, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo Aline Rezende, CEO do primeiro app de finanças femininas do Brasil, o desemprego e a falta de planejamento financeiro e controle de gastos são um dos principais fatores de contribuição para a exaustão emocional feminina.

O assunto é complexo e é influenciado por fatores como a renda mensal, o valor investido em bem-estar pessoal e fenômenos como a pandemia de Covid-19. Somados à falta de controle e planejamento financeiro, estes fatores têm gerado um grande aumento de mulheres sofrendo com transtornos de ansiedade, conforme relatado em pesquisa divulgada em fevereiro deste ano pela Universidade de Stanford.

Mas a saúde financeira feminina também está diretamente relacionada à violência contra a mulher. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, houve uma alta de 500% nos casos desde o início da pandemia, sendo que o abuso financeiro esteve presente em 98% das ocasiões.

ABUSO FINANCEIRO É ABUSO, SIM

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Descrito na Lei Maria da Penha (artigo 7º – Lei nº11.340/2006), o abuso financeiro é considerado um dos tipos de violência patrimonial e contempla qualquer conduta que configure retenção, subtração ou destruição, seja ela parcial ou não, de objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens e valores e recursos econômicos. Segundo a advogada Marcela Cavallo, é uma forma muito sutil de violência, mas que é prevista em lei. “A partir do momento que existe um ato de controlar, omitir, conduzir ou induzir a mulher com relação às decisões referentes à vida financeira da família, isso é considerado abuso financeiro”, explica.

Segundo Cavallo, é muito comum que mulheres adquiram dívidas por conta de companheiros, os quais solicitam empréstimos ou deixam de pagar dívidas que realizam em nome delas. “No caso de conta conjunta, o que ainda é muito comum no Brasil, a agência bancária tem a obrigatoriedade de dar acesso às informações a todos associados. Além disso, o banco deve zelar pelos clientes, de modo que fiscalize as informações de empréstimos ou de dívidas que estejam sendo feitas por apenas uma das pessoas presentes no cadastro da conta”, afirma.

Esta categoria de violência, com foco no abuso financeiro, possui um dispositivo descrito na Lei Maria Da Penha que autoriza acessos e restituições mesmo antes do fim do processo judicial, garantindo o respaldo patrimonial. Pelo fato de as provas serem consideradas subjetivas, a advogada aconselha que todas conversas, e-mails e extratos sejam guardados para auxiliar na comprovação do abuso. 

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Assim, a independência financeira feminina se torna, muitas vezes, a garantia de autonomia emocional.

É por isso que saber controlar e cuidar do próprio dinheiro é sinal não só de independência como também um ótimo caminho para manter a cabeça despreocupada no âmbito econômico.

Para colaborar com o debate, Rezende elenca quatro dicas para iniciar a jornada em busca da independência financeira:

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COMO SE ORGANIZAR FINANCEIRAMENTE E GARANTIR UMA SAÚDE EMOCIONAL MAIS ESTÁVEL?

Conheça seus ganhos mensais: o primeiro passo é ter conhecimento da média de faturamento mensal, seja profissional registrada ou autônoma.

Estabeleça pisos de despesas: após entender o ganho, é necessário definir padrões de gastos. A dica é separar as despesas entre essenciais e acessórias, sendo a primeira categoria as contas fixas do mês tais como aluguel, luz, água e alimentação. Já a segunda se refere aos gastos periódicos ou com itens supérfluos e não essenciais. É importante também que um valor para bem-estar e lazer seja estipulado mensalmente para manter a boa saúde emocional. 

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Entenda seu custo de vida: após isso, será importante entender se os ganhos mensais condizem com os ganhos. Defina um padrão de vida que caiba em seu bolso e que vá de encontro com suas metas. Entender onde é possível economizar é um ponto importante para este passo.

Estabeleça metas de curto, médio e longo prazo: após definir seus objetivos e os prazos pré-estabelecidos para cumprí-los, ficará mais fácil entender a melhor forma de administrar seu dinheiro. Segundo Aline, o indicado é criar uma reserva emergencial. Para calcular o valor, basta multiplicar seu custo de vida atual por seis meses, no mínimo.