Sobrevivente da tragédia de Capitólio que salvou 5 meninos dá detalhes e emociona com depoimento
”Como um falcão, abri os braços e coloquei os cinco sob o meu corpo. Minha missão era salvá-los”, conta
”Como um falcão, abri os braços e coloquei os cinco sob o meu corpo. Minha missão era salvá-los”, conta
No dia 8 de janeiro, a queda de rochas nos cânions de Capitólio, Minas Gerais, matou 10 pessoas. Uma sobrevivente da tragédia contou, ao jornal O Globo, detalhes de tudo que aconteceu no dia. Isabel Martins da Costa é advogada, tem 46 anos e é mineira que mora no Rio de Janeiro. Ela disse que viajou com a família para a cidade e que, no dia do acidente, resolveram fazer o tour no Lago de Furnas porque o tempo estava bom.
“Resolvemos ir. Na lancha, estavam, além de mim, meu filho Felipe, minhas duas irmãs e cunhados, quatro sobrinhos com idades entre 10 e 14 anos, e um casal de amigos com dois filhos nessa faixa etária. Em direção aos cânions, fomos parando. Meia hora teria feito a maior diferença, para o bem ou para o mal”, explicou ela.
+++ Estudo conclui que a vacinação mudou o perfil dos internados por Covid-19; entenda
Isabel contou que o grupo já estava retornando quando ela começou ouvir berros, com a pedra se deslocando e caindo. A advogada falou para as crianças ficarem embaixo dela, para que não se machucasse. Naquele momento, ela só queria salvá-los.
“A lancha afundou e fui sugada por não estar, ao contrário dos garotos, com colete salva-vidas. Ao emergir entre os destroços, meu rosto sangrava. Eu ainda não sabia, mas minha orelha direita e parte da minha face tinham sido ‘arrancadas’. Os meninos não sofreram quase nada (um sobrinho quebrou o braço), assim como irmãs, cunhados e amigos.”
+++ Especialista mostra por que você deve armazenar suas cápsulas de café e usá-las na jardinagem
Ela explicou que levou 200 pontos para reconstruir o tímpano e o canal auricular; 100 externos e 100 internos. Também perdeu a audição no ouvido direito, sofreu uma lesão na cervical e está andando com uma muleta. Mas tirou uma lição muito maior de tudo isso… “A vida é um instante, o depois não existe. O que existe é um agora seguido de outro agora e assim por diante. Costumava falar que não tinha colágeno sobrando para me preocupar com bobagens. Agora, então… Sabe a palavra ressignificar? Faz todo sentido”, finalizou.