Dia de Santa Joana d’Arc: a guerreira do catolicismo e da Umbanda

Para a Igreja Católica, a mulher é a padroeira da França; já na religião de matriz africana, foi sincretizada com a orixá Obá

Joana-d’Arc
Para a Igreja Católica, Joana d’Arc é a padroeira da França; já na religião de matriz africana, foi sincretizada com a orixá Obá – Photo Images/Photos.com

De uma jovem próxima da fé cristã, a guerreira, bruxa condenada e, por fim, santa. Esta é a história de Joana d’Arc, a padroeira da França, que se tornou militar para defender o país. Atualmente, a mulher representa força, conhecimento e emoção tanto para a Igreja Católica quanto para a Umbanda.

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A história da guerreira

Nascida em 1412, a filha de camponeses passou grande parte de sua infância aprendendo sobre o catolicismo com a mãe. Assim, por anos, a fé e a calmaria do vilarejo francês marcaram sua vida. O cenário mudou, no entanto, aos 13 anos de idade, quando ela começou a ouvir chamados do Arcanjo São Miguel, de Santa Catarina de Alexandria e de Santa Margarida de Antioquia, 

As santidades a pediam para lutar pela França, a fim de evitar que o país sofresse mais com o domínio dos ingleses. Joana, então, alertou o futuro rei, Carlos VII e, pouco depois, partiu para uma expedição na cidade de Orleans. Segurando um bandeira com os nomes de Cristo e Maria, em 1429, a jovem conseguiu expulsar os invasores da região. Em seguida, com o sentimento de missão cumprida, ela encerrou sua carreia militar.

Aos 19 anos, a santa foi acusada de feitiçaria pela Universidade de Paris, que pediu que os membros da Inquisição a julgassem. Sem direito à defesa, as autoridades apontaram que ela seria mentirosa, blasfemadora de Deus e invocadora de diabos. Por isso, a mulher morreu queimada em uma fogueira, em Rouen, no dia 30 de maio de 1431, enquanto gritava por Jesus.

Canonização e presença na Umbanda

Décadas mais tarde, no ano de 1956, o Papa Calisto III a inocentou e, em 1909, a Igreja autorizou a sua beatificação. Já em 1920, o Papa Bento XV canonizou Joana d’Arc. Hoje, ela também está sincretizada, na Umbanda, como a orixá Obá. Essa divindade é conhecida como a mãe do conhecimento e das águas.

De acordo com a religião, ela é irmã de Iansã, foi esposa de Ogum e, posteriormente, se tornou a terceira mulher de Xangô. Obá também é famosa por ter cortado a própria orelha e colocado em um ensopado para o marido, a fim de conquistar seu amor. Por isso, para além da força, a orixá ainda remete à paixão e à emoção. Além disso, representando esse momento, aqueles que incorporam essa divindade costumam cobrir um dos ouvidos com as mãos.

Oração para Joana d’Arc

“Senhor Deus, peço a Ti que afine os meus ouvidos para também ouvir as inspirações interiores que o Senhor mesmo suscita em mim; e Te peço também a força para cumprir com cada um dos teus desígnios, a exemplo e pela intercessão de Santa Joana D’arc. E que, em cada luta, eu possa ter gravados em meu coração os nomes de Jesus e Maria. Assim seja!”.

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