O que se sabe sobre o brasileiro candidato a Papa?
Citado pela agência internacional Reuters como um dos possíveis sucessores, Dom Leonardo Ulrich Steiner possui valores semelhantes aos de Francisco

Citado pela agência internacional Reuters como um dos possíveis sucessores, Dom Leonardo Ulrich Steiner possui valores semelhantes aos de Francisco
Nesta quarta-feira (7), se iniciou o Conclave, votação que irá eleger o sucessor do Papa Francisco. Ao todo, 133 cardeais participam do processo, entre eles sete brasileiros. No entanto, um dos destaques é o arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner, apontado, pela agência de notícias Reuters, como um dos principais candidatos ao papado.
Aos 74 anos, Steiner irá participar da votação pela primeira vez. Isso porque, assim como outros líderes religiosos, ele percorreu uma longa jornada de conhecimento até se tornar o primeiro cardeal da Amazônia, em 2022, nomeado por Francisco. Para isso, dedicou uma vida inteira à Igreja Católica.
Nascido em Forquilhinha, no interior de Santa Catarina, o arcebispo se aproximou da religião logo no início da vida adulta. Em 1972, ingressou na Ordem dos Frades Menores após ser admitido no Noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Seis anos depois, ele conquistou o título de padre, cedido por Dom Paulo Evaristo Arns.
Em seguida, o religioso retomou os estudos, cursando psicologia e se consagrando como mestre de noviços, um membro responsável por ensinar novos fiéis. Já em 1995, seguiu para Roma, onde concluiu o mestrado e doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade. Após retornar ao Brasil, se tornou professor na Faculdade São Boaventura e vigário da Paróquia Bom Jesus, em Curitiba.
Além disso, nos anos seguintes, atuou como bispo da Prelazia de São Félix, no Mato Grosso, e bispo auxiliar de Brasília. Também ocupou o cargo de secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Hoje, é membro da Ordem dos Frades Menores, Arcebispo Metropolitano de Manaus e primeiro vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia.
Entre os cardeais mais papáveis, Leonardo Ulrich Steiner tem ganhado destaque na mídia por se comprometer com causas semelhantes às de Francisco. Um exemplo é a defesa do meio ambiente, principalmente da Amazônia, e dos pobres. O religioso chegou até mesmo a participar da delegação da Santa Sé, na COP de Paris.
Ademais, em uma entrevista recente ao ‘Valor Econômico’, ele afirmou que o ‘Laudato Si’, encíclica escrita pelo Papa, ajudou a dar visibilidade à questão ambiental. “Mundialmente, o documento auxiliou, aos poucos, a mudar a compreensão e a relação que nós temos com a natureza“, apontou.
Além disso, ao falar sobre o legado de Bergoglio, o cardeal declarou: “Francisco nos recordou a atenção aos pobres, a sinodalidade, a urgência do cuidado ao meio ambiente. Por meio dessa virtude também fomos nos percebendo uma Igreja inserida na sociedade, mais atenta às necessidades e às mudanças atuais”.