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Padre Cícero, o benfeitor do povo nordestino

O icônico padre transformou Juazeiro do Norte em uma das cidades mais importantes do Ceará e é considerado santo pela sua legião de fiéis

Proibido de celebrar, Cícero ingressou na carreira política – Reprodução

Cícero Romão Batista, padre cearense, foi um dos grandes benfeitores do povo nordestino e transformou Juazeiro do Norte em uma das mais importantes cidades do Ceará. Apesar de não ter sido canonizado pela Igreja, é considerado santo por sua imensa legião de fiéis. Nasceu em 24 de março de 1844, na cidade do Crato. Com apenas 12 anos, fez voto de castidade e, aos 16, foi para Cajazeiras estudar no colégio do renomado padre Rolim. Com a morte do pai, teve de voltar a Crato. A grave situação financeira da família fez que seu padrinho financiasse sua ida a Fortaleza, onde ingressou no seminário.
                Ordenou-se padre em 1870 e, em abril de 1872, estabeleceu-se como vigário da capela de Juazeiro (então um pobre povoado de casas de taipa), segundo alguns, motivado por uma visão de Jesus Cristo que pedia a ele a devoção aos pobres. Desde o início, padre Cícero dedicou-se a um apostolado de tendências místicas. Em 1889, ocorreu o primeiro fato extraordinário relacionado a ele: durante a comunhão, uma hóstia se transformou em sangue dentro da boca de uma beata. À medida que Juazeiro se tornou centro de peregrinação de romeiros vindos de todo o Ceará e de estados vizinhos, a notícia do milagre gerou um polêmico processo, que chegou ao Vaticano. Acusado de ser um farsante e incitar o fanatismo, padre Cícero foi suspenso da ordem religiosa.
Entre os devotos, no entanto, o processo só contribuiu para aumentar a fama do “padim Ciço”, como era chamado. Proibido de celebrar, Cícero ingressou na carreira política. Graças às romarias, Juazeiro ganhou status de município em 1911, tendo ele como prefeito. Foi nessa condição que presidiu um pacto de coronéis da região em apoio ao governador do Ceará. Em janeiro do ano seguinte, o governante foi derrubado e seu sucessor exonerou padre Cícero da função de prefeito. No final de 1913, as diferenças entre a política estadual e local provocaram um conflito armado entre as tropas do governador contra os homens de Juazeiro, que saíram vitoriosos, reunidos em torno do padre. O religioso morreu em 20 de julho de 1934, aos 90 anos. O “santo de Juazeiro” se tornou um mito, apesar de ainda não ter sido perdoado pela Igreja.

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Padre Cícero, de Doc Comparato e Aguinaldo Silva

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www.padrecicero.cjb.net

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