Último adeus ao Papa Francisco e um dia marcado pelo legado de amor e simplicidade
Jorge Mario Bergoglio havia pedido pouco glamour e uma representação do que foi seu tempo na cadeira mais importante da Igreja Católica, e assim foi feito

Jorge Mario Bergoglio havia pedido pouco glamour e uma representação do que foi seu tempo na cadeira mais importante da Igreja Católica, e assim foi feito
No dia do Conclave, chovia muito, mas, assim que Jorge Mario Bergoglio tornou-se o novo pontífice, a tempestade cessou. E, neste sábado (26), o adeus a Papa Francisco foi com céu aberto e bastante calor, além de seu legado ter sido representado.
Antes mesmo do nascer do sol, os fiéis já se direcionaram à Praça de São Pedro para esperar a chegada do caixão. Lá, para a segurança de todos, a polícia colocou detectores de metal e passou revistando mochilas. Além disso, pediu para que as pessoas bebessem água da sua própria garrafa.
Mais tarde, o decano do Colégio dos Cardeais, Giovanni Battista Re, realizou a Missa de Exéquias. Neste momento, relembrou os feitos de Papa Francisco e falou sobre o momento pelo qual o mundo está passando. “Diante das guerras devastadoras dos últimos anos, com seus horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco elevou, incessantemente, a voz implorando pela paz, apelando à razão e convidando à negociação honesta para encontrar soluções possíveis. A guerra sempre deixa o mundo pior do que era antes: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos”, disse.
Antes de finalizar, fez uma oração: “O Papa Francisco costumava concluir seus discursos e encontros dizendo ‘não se esqueçam de rezar por mim’. Caro papa Francisco, agora, pedimos que reze por nós. Que o Senhor abençoe a Igreja, abençoe Roma e abençoe o mundo inteiro, como fez no domingo passado, da sacada desta basílica, em um abraço final com todo o povo de Deus, mas também abrace a humanidade que busca a verdade com um coração sincero e ergue a tocha da esperança”.
Com o papamóvel elétrico – veículo que foi o primeiro a estrear durante seu papado – o corpo de Francisco fez o cortejo, passando pelos principais pontos turísticos e caminhos que ele fazia quando via o povo. Antes de adentrar a Igreja de Santa Maria Maggiore, alguns rituais que costumava realizar fizeram parte da cerimônia.
Por exemplo, assim que chegava ao local, deixava uma rosa branca. Dessa forma, crianças entraram com cestos repletos das flores da mesma cor e os deixaram no altar, onde fica a imagem de Maria com o menino Jesus. Neste mesmo ponto, o caixão ficou por alguns segundos, homenageando os instantes em que rezava.
Papa Francisco havia pedido pouco glamour e uma representação do que foi seu tempo na cadeira mais importante da Igreja Católica. Sendo assim, a instituição escolhida para seu sepultamento era à qual ele ia para pedir proteção antes e após suas viagens; a visitou 126 vezes. Pouquíssimos objetos estavam dentro do caixão – que também era do tipo mais simples, madeira com revestimento de zinco . E as pessoas que foram acolhidas por ele, em vida, também marcaram presença. Entre elas, jovens, os pouco financeiramente afortunados e representantes da comunidade LGBTQIAPN+.
As autoridades esperavam mais de 200 mil cristãos para honrar o momento, porém, o total deu mais de um milhão deles, que viveram o momento em frente ao local de sepultamento. A partir de amanhã, o Vaticano declarou que o lugar receberá quem quiser ver de perto o túmulo, no chão, simples e sem adornos, apenas com a inscrição ‘Franciscus‘.