Apesar da morte, padre Gabriel Romanelli completou que a despedida terrena não impedirá a conexão: “As pessoas sentem o abandono, mas as ligações do Papa davam um sinal muito forte de esperança”
Com a morte de Papa Francisco, algumas curiosidades sobre sua vida, que antes ficavam entre quatro paredes, começaram a ser reveladas. Por exemplo, preocupado com a situação de Gaza, por causa dos ataques de Israel, ele ligava todos os dias para a única igreja católica do local. Saiba mais abaixo:
Em entrevista ao ‘Vatican News Service‘, site de notícias oficial do Vaticano, o padre Gabriel Romanelli, pároco da Igreja da Sagrada Família, contou que o Papa Francisco ligava para ele todos os dias, às 20h, para saber como estava a situação do lugar. “Às vezes, ele telefonava de três a cinco vezes no mesmo dia, especialmente durante bombardeios ou quando havia pessoas mortas ou feridas também dentro da paróquia”, detalhou.
E o evento não passava despercebido. Muito pelo contrário, os fiéis que ali estavam passaram a chamá-lo de Hora do Papa. “As crianças, adolescentes e jovens, às vezes, estavam jogando basquete, futebol, ou conversando entre si e paravam neste momento. Todos diziam: ‘O Papa, o Papa! Viva o Papa!’. E quando ele ligava, perguntava: ‘Você encontrou algo para cozinhar?’, ‘A comida ficou boa ou não?’. As pessoas aprenderam a amá-lo”, enfatizou.
A última conexão foi feita no sábado. Papa Francisco agradeceu os padres em árabe pelo serviço que prestam e orações que fazem. E, apesar da morte, Romanelli completou que a despedida terrena não impedirá a conexão. “As pessoas sentem o abandono, mas as ligações do Papa davam um sinal muito forte de esperança. Ao mesmo tempo, estamos convencidos que ele está no céu. Agora, podemos ligar para ele o tempo todo. É como em uma família. Então o povo, os muçulmanos, ortodoxos, católicos dizem que perdemos o Papa e nós perdemos o papa, o pai. Mas temos certeza de que ele vive em Deus”, concluiu.
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