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8 nutrientes fundamentais para a gestação que devem ser acompanhados durante pré-natal

Vitaminas do complexo B, ferro e selênio são alguns dos nutrientes fundamentais para a gestação, indicados por médica obstetra

Oito nutrientes fundamentais para a gestação que devem ser acompanhados durante pré-natal
Oito nutrientes fundamentais para a gestação que devem ser acompanhados durante pré-natal – Cottonbro studio/Pexels

Uma gestação sem sustos, tanto para a gestante quanto para o feto, passa invariavelmente pela ingestão adequada de energia e nutrientes. Esta deve começar antes mesmo da concepção, continuando ao longo da gravidez, para atender às necessidades maternas, enquanto estabelece os estoques necessários ao desenvolvimento fetal e para a lactação.

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Neste contexto, a médica obstetra com mais de 20 anos de experiência profissional, Dra. Bruna Pitaluga, destaca a importância do pré-natal. “É neste período que é feita a reserva nutricional fundamental para garantir que o feto, ao sair do ambiente intrauterino nutrido pela placenta, tenha condições de sobrevivência no ambiente externo através do aporte de nutrientes oriundos da lactação”, diz.

Conforme Dra. Bruna, o cuidado com a nutrição da gestante e do feto durante o pré-natal deve ser contínuo e corretamente avaliado, considerando as demandas de micronutrientes no decorrer dos três trimestres de gestação, que estão interligados entre si. A médica obstetra destaca oito nutrientes básicos para uma boa gestação e o pleno desenvolvimento do feto.

8 nutrientes fundamentais para a gestação

Vitamina D

A vitamina D é um hormônio esteroide que interfere na replicação celular e no controle do sistema imunológico. De acordo com Dra. Bruna, ela é importante para gestação porque sua transcrição gênica leva à produção de uma série de proteínas fundamentais para a implantação do embrião, formação da placenta, desenvolvimento do feto e parto.

Vitamina A

A vitamina A, em baixa quantidade no organismo humano, acarreta diversos malefícios à saúde. Sua deficiência ocasiona modificações epiteliais, que podem prejudicar a visão, causando até cegueira total de forma permanente, e afetar diretamente outros sistemas de corpo humano, como o respiratório, gerando alterações do epitélio broncorrespiratório, tornando esse tecido mais suscetível a infecções.

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“A deficiência de vitamina A no organismo também impacta diretamente nos níveis de ferro, podendo comprometer a síntese de heme e resultar em anemia”, afirma a médica obstetra.

Vitaminas do complexo B

Já as vitaminas do complexo B, especialmente B9, B12 e B6 são importantes para gestação devido seus papéis no ciclo de um carbono, essencial para a função celular. “O ciclo de um carbono consiste na interligação de vias bioquímicas que incluem o metabolismo do folato e da metionina, vias metabólicas que geram grupos metil para vários processos essenciais, incluindo síntese de DNA, geração de antioxidantes e homeostase de aminoácidos”, explica Dra. Bruna.

Magnésio

Em relação aos minerais, o magnésio é um dos mais importantes. Segundo a médica obstetra, este metal está envolvido em muitas funções biológicas e celulares, incluindo síntese de proteínas e metabolismo de nucleotídeos, fundamentais para a manutenção da resposta imunológica das células.

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Reservas adequadas de magnésio são fundamentais durante o trabalho de parto, porque facilitam a contração uterina. “Por isso, não existe nenhuma indicação para suspensão de magnésio com 36 semanas de gestação”, diz.

Ferro

O ferro é um dos principais nutrientes que se deve prestar atenção durante o pré-natal, já que sua deficiência está associada a transtornos do neurodesenvolvimento do feto, que perduram ao longo de toda vida, mesmo que o mineral seja reposto após o nascimento.

Conforme Dra. Bruna, a deficiência de ferro ocorre comumente durante três fases do início da vida (quando o cérebro está se desenvolvendo): vida fetal, infância e início da adolescência (principalmente nas mulheres).

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“Percebe-se que as concentrações cerebrais de ferro estão em risco quando os estoques hepáticos da substância estão suficientemente comprometidos, uma vez que o ferro é preferencialmente desviado para os glóbulos vermelhos para a síntese de hemoglobina em vez da entrega ao cérebro”, explica.

Iodo

O iodo é outro mineral com papel relevante no neurodesenvolvimento do feto. “Ele é responsável por trazer informações celulares, tanto metabólicas quanto nutricionais, que causam o desenvolvimento cerebral, de acordo com estudos antropológicos importantes sobre o iodo e DHA, um dos componentes do ômega 3”, diz a médica obstetra.

Dra. Bruna alerta, contudo, que a suplementação obrigatória de iodo para a mulher brasileira resulta em uma grande proximidade com o limite da quantidade adequada. “Portanto, para a suplementação deste nutriente, é altamente recomendado que suas taxas sejam avaliadas através do exame de iodo urinário de 24 horas”, diz.

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Zinco

Segundo a médica obstetra, as mulheres têm uma necessidade muito grande de zinco durante a gestação, porque este mineral faz parte uma série de enzimas antioxidantes, principalmente a superóxido dismutase, fundamental no momento da implantação do embrião.

“Além da embriogênese, o zinco é fundamental no crescimento e desenvolvimento fetal e na função da glândula mamária para síntese e secreção do leite materno”, explica. Conforme Dra. Bruna, casos de deficiência de zinco são comuns devido à dificuldade de implementá-lo na dieta. O mineral é achado em grande quantidade em crustáceos.

Selênio

Por fim, o selênio participa de uma enzima de suma importância para o organismo, chamada glutationa peroxidase, que produz um dos antioxidantes mais poderosos do corpo humano, a glutationa.

“O selênio tem outras funções celulares fundamentais como aquelas relacionadas às mitocôndrias, que utilizam o mineral para manter sua homeostase (funcionamento normal)”, afirma. Além disso, conforme a médica obstetra, o selênio é importante para o sistema imunológico, manutenção de defesas naturais, modulação de crescimento, desenvolvimento e prevenção de doenças cardíacas e câncer.

Estudos já demonstraram que a concentração insuficiente de selênio está associada a um risco 46% maior de subfertilidade e que tanto este mineral quanto o zinco estão relacionados ao prolongamento da concepção em aproximadamente um mês quando se apresentam em pouca quantidade no plasma materno.