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Aprenda a perdoar com um monge beneditino

Nem sempre é fácil dar o perdão a quem nos magoa, mas só assim conseguimos paz de espírito e nos livramos das emoções negativas que envenenam o coração

Nesse espaço diminuto entre a tristeza e a raiva, temos uma oportunidade de transformação – iStock

Se existe alguém que causou a você algum mal, tente
perdoá-lo, até para seu próprio bem. “Perdoar resgata nossa dignidade e nos faz
crescer, pois passamos a conhecer melhor a nós mesmos e aos outros”, afirma
Laurence Freeman, monge beneditino e diretor da Comunidade Mundial para a
Prática de Meditação Cristã, sediada em Londres, que viaja por todo o mundo
fazendo palestras sobre temas como oração, silêncio, atenção e amor. Acompanhe
a visão de Freeman sobre o perdão:

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Observar a situação
pelo ângulo do outro

“É o estágio em que exercemos a compaixão , tentando entender os motivos que
levaram a pessoa a nos atacar. Vamos tentar nos colocar no mesmo estado de
espírito que fez o outro agir dessa forma. Mesmo que não surja nenhuma
compreensão relevante, só essa atitude já vai nos levar a outro estado
emocional, mais tranquilo”.

Expressar raiva
“Na maioria das vezes o perdão não acontece de repente. No primeiro estágio,
temos de ser honestos e admitir que podemos 
estar até querendo destruir o inimigo. É o momento, por exemplo, de
colocar toda a raiva numa carta endereçada a quem odiamos – que, claro, nunca
vamos colocar no correio. Mas ao menos colocamos pra fora o veneno da raiva,
que intoxica nosso sangue”.

Não-violência é o
início da transformação

“Sempre que sofremos uma injustiça, primeiro sentimos o choque, depois a
tristeza. Só daí acontece a segunda etapa, o despertar do ódio, da ira. Nesse
espaço diminuto entre a tristeza e a raiva, temos uma oportunidade de
transformação. Se escolhemos não passar para o estado de violência, aí começa
verdadeiramente o perdão”.

Etapa final: perdão
definitivo

“O tempo e a meditação são nosso grandes aliados na busca do perdão. Quando nos
sentimos feridos e magoados, esse é o melhor momento para meditar. Ao
descobrirmos que quem nos traiu é um ser humano como nós, podemos sentir verdadeira
compaixão por essa pessoa. E um dia, sem mais nem menos, encontramos nosso
inimigo e descobrimos que já não o odiamos mais”. 

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