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Colhes o que plantas

Muitas vezes queremos o fruto sem ter consciência dos cuidados anteriores, que começam hoje. Escolher bem a semente, preparar o solo, regar…

Lala Deheinzeli – Divulgação

É bom lembrar que, para que exista um fruto, a primeira coisa que precisamos é de uma semente. As sementes são nossos valores, crenças, futuros desejáveis. Aquilo que nos move, nos dá razão e ânimo para viver. E também o que nos “co-move”. Mover-se com, inspirar a atuar coletivamente. Sementes são a ideia que antecede a forma, são o início. E, claro, os nossos conhecimentos e habilidades para materializar o desejado. São o “software”. Porém, sementes só germinam em solo fértil… 

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Ter terreno fértil é uma atitude que começa em cada indivíduo e se amplifica no grupo, conhecendo e aprimorando nosso ambiente interno e externo. Buscando as várias tecnologias que nos auxiliam a chegar nas condições necessárias para que nossos desejos/sementes possam florescer.
O terreno é a infraestrutura, o “hardware” onde nosso “software” pode rodar. Para saber como lidar com ele é preciso estar atento às mudanças do mundo e da sociedade em que se vive, evitar estruturas que serviram no passado, mas não servem mais hoje. 
Quando o terreno está receptivo, nossa semente germina. Mas é preciso ajudá-la a crescer… E aí é a hora de regar, de cuidar. De aceitar que todo ciclo passa pela fase de amadurecimento e isso requer tempo e dedicação. Tudo tem um tempo certo para acontecer. Podemos até acelerar processos, mas não pular etapas…
Cultivar é agir conscientemente, sabendo as consequências do que fazemos ou deixamos de fazer. É um conjunto de pequenos gestos cotidianos que, somados, promovem grandes resultados. Não podemos nunca menosprezar o poder transformador do indivíduo, cuja potência parece pequena, mas que se amplifica exponencialmente graças à rede. Futuros desejáveis se transformam em futuros possíveis quando percebemos que alcançamos escala exponencial ao convergir nossa potência: conectando o tempo, o conhecimento e os recursos de todos nós, muitos, pequenos e diversos. 
Enfim, a semente, a ideia, encontrou solo fértil para germinar, desenvolveu-se e está madura. Nesse processo, transformou antigos padrões e estabeleceu o novo. Revelou que cada um pode fazer muito mais do que acreditava possível. Na natureza tudo é fluxo e equilíbrio: momento de evitar que alguns acumulem frutos que terminam por apodrecer, enquanto outros ficam sem. A colheita deveria circular de forma justa também para garantir a redistribuição de sementes. 
Faz sentido? Essa é a fluxonomia 4D: as quatro dimensões da sociedade e sustentabilidade e as economias a elas ligadas. A dimensão cultural é a SEMENTE, a matéria-prima, relacionada à economia criativa. O TERRENO é a infraestrutura, e a relação com ela se dá pela economia compartilhada. Dimensão social é o CULTIVO, a economia colaborativa. O fazer junto gera resultados: a COLHEITA. Quando formos conscientes, cuidadosos e coletivos no processo de semear, preparar terreno e cultivar vamos viver futuros no presente. E gerar presentes para o futuro.