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Daniel Cara – Divulgação

Filho de uma educadora e neto de uma articuladora comunitária, o cientista social paulistano Daniel Cara aprendeu dentro de casa a importância de se envolver com questões de interesse coletivo. Da escola básica, passando pelo ensino médio técnico até a universidade, ele só conheceu o ensino público e, por isso, peleja por uma sociedade onde todos possam ter acesso a uma formação educacional digna. 

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“Existe um desafio enorme de democratização do acesso à educação e entendemos que esse acesso precisa vir acompanhado pela qualidade da aprendizagem”, ressalta o ativista, que desde 2006 coordena a Campanha Nacional pelo Direito à Educação. A entidade foi concebida em 1999 como uma plataforma de apoio irrestrito ao ensino público, gratuito e eficaz. Imagine a potência resultante de mais de 200 grupos unidos pelo mesmo ideal. O alinhamento da campanha é democrático. Comitês atuam em rede criando propostas e realizando estudos que possam orientar a formulação  e aprovação de leis e projetos relativos ao campo da educação. Munidos com argumentos embasados em muita pesquisa, Cara e seus parceiros, de um lado, esclarecem e, de outro, pressionam deputados, senadores e ministros, além de mobilizarem a sociedade e a imprensa. São horas e horas de reuniões em gabinetes e conversas pelos corredores de Brasília e também em escolas e secretarias de educação de Norte a Sul, além do barulho nas redes sociais.  
Cheio de orgulho, ele cita conquistas significativas, tais como a aprovação em 2014 do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabeleceu 20 metas a serem atingidas pelo país em dez anos, dentre elas, a erradicação do analfabetismo e o investimento de 10% do PIB nessa área. E a promulgação em 2007 do Fundo da Educação Básica (Fundeb) – que assegura 60 bilhões de reais para a educação básica pública, atendendo cerca de 50 milhões de crianças e jovens beneficiados com creches, merenda, infraestrutura escolar e professores melhor remunerados. Além da resolução aprovada em 2013 de investimento de 75% dos royalties do petróleo no setor. 
Ainda bem que Cara é jovem e tenaz, pois muitos avanços ainda precisam se consolidar. “Se as leis mais recentes forem cumpridas, a educação vai melhorar rápido. Do contrário, estamos prontos para lutar”, avisa. E sorri.