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Lala Deheinzeli – Divulgação
Um dos primeiros futuristas, Fred Polack, publicou em 1961 o livro Images of the Future, resultado de extensas pesquisas sobre sociedades e sua relação com o futuro. Um dos pontos mais curiosos da obra é a conclusão de que são encontradas imagens positivas de futuro em todas as instâncias do florescimento de uma sociedade. E imagens debilitadas do futuro como um fator essencial para a decadência das culturas. Outra observação destacada é que
o potencial de uma sociedade pode ser medido pela visão de futuro que ela tem. Quanto mais positiva, maior seria o potencial de ascensão. Esses dados ficam claros quando voltamos no tempo – para o século XIX, na Europa, e século XX, nos Estados Unidos – e usamos como referência as imagens que se tinha de futuro na época. Tais visões foram sempre nutridas pelas Exposições Universais com instalações artísticas e tecnológicas. Essas grandes feiras mundiais eram reflexo da criatividade do momento e das projeções que se faziam do porvir. (Em 1889, a Torre Eiffel, com 300 m de altura e toda de ferro, apontando para o céu de Paris, demonstrava não apenas o domínio sobre o ferro mas a firme disposição para o progresso.) 
O terceiro ponto que me chama a atenção é o quanto, de fato, influenciamos a nós mesmos, ao outro e ao mundo pela forma como percebemos a realidade. Existe uma relação íntima entre a imagem de futuro que temos e o futuro que se concretiza a partir daí. É o que revela a frase muito conhecida de Peter Drucker, superconsultor americano cuja teoria serviu para fundamentar as bases do negócio corporativo de hoje: “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. A imagem do futuro pode, portanto, não apenas atuar como um barômetro, indicando os sinais do que virá, mas funcionar como um mecanismo regulador permitindo que a gente escolha o que deseja ou não. Lembra-se daquelas publicidades de comida em forma de pílulas? Esse desejo inspirou alguns produtos para fitness, mas não se difundiu massivamente. Fomos na direção oposta: da gastronomia, do orgânico. Um exame cuidadoso das imagens predominantes nos permite
conhecer as forças moldando o futuro e saber o que fazer com elas. Surfar a onda do futuro para não levar um caldo dela. E, na fluxonomia, nos dedicamos a criar sementes de futuro: sair do provável e ir para o desejável, para que ele possa ser possível. Este trecho de Fred Polack tem tudo a ver com nosso momento atual: “Toda cultura que está se afastando de seu patrimônio de visões positivas do futuro, ou está empenhada em mudar essas visões positivas em negativas, não tem futuro. A menos que poderosas forças contrárias sejam rapidamente postas em ação, e essa visão é de crucial importância para a prática política”. Termino lembrando que o que acontece no macro, nas sociedades
e culturas acontece igualzinho no micro: nossa vida cotidiana. Então seja otimista convicto!
Crie e expresse visões positivas para semear futuros desejáveis e possíveis. Aproveito para convidar para meu canal no YouTube: duas vezes por semana estarei com novos programetes explicando a Transição.

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