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Segunda chance: quando a adoção olha para o especial

Animais com limitações são exemplos de superação e um incentivo diário para seus donos revisarem a maneira como levam sua vida

Segunda chance: quando a adoção olha para o especial – VP
Entre 60 cães disponíveis para adoção, apenas Magoo chamou a atenção da empresária Rafaela Rangel. Adulto, sem raça defi nida, devolvido pelos donos e cego, ele era exatamente o que ela e o marido estavam procurando. “Ele confi ou totalmente em mim desde o começo e tive certeza de que era o escolhido!”, conta a moça. O pet ganhou vida fora do canil e um novo nome: Paco. E a casa dos recém-casados tornou-se um lar ainda mais completo com a chegada do “primeiro filho”.
Vítimas de maus-tratos ou nascidos com alguma limitação, os animais especiais costumam ser os últimos adotados nas instituições. Os que escolhem sua companhia, porém, sabem que eles trazem a mesma satisfação, alegria e bem-estar que qualquer pet. Com mobilidade ou funções reduzidas, cães, gatos e outros bichos superam as dificuldades e vivem plenamente – um recado para a autoestima de qualquer pessoa. “Recebemos muitos elogios por adotar um cão especial, mas a verdade é que foi um privilégio! Ele trouxe alegria para nossa vida e hoje somos uma família! Cada dia aprendemos mais com ele”, relata Rafaela. “Paco é especial porque enxerga com o coração”, derrete-se. A veterinária Luana Rodrigues, de Cotia, SP, conta que pessoas costumam sentir pena quando conhecem animais em situações mais frágeis, como é o caso da sua cachorrinha Júlia, que não pode andar. Mas tudo muda quando a vira-latas está correndo pela rua usando um carrinho de rodas feito sob medida. “Tenho que contar a história toda de superação e assim as pessoas sentem-se melhores”, diz. Julinha, como é apelidada, foi largada pela dona depois do diagnóstico de uma lesão permanente. Hoje tem tratamento e paparicos diários que incluem acupuntura e exercícios.
Vontade de viver e nada de autopiedade. Essa é a mensagem dos animais para seus donos ao lidar com problemas do dia a dia. “Ele me ajuda quando estou mal, para baixo, com alguma coisa triste. Aí a gente percebe como é pequeno”, aponta Rafaela. E garantir a qualidade de vida de um animal traz também uma satisfação pessoal extra para os envolvidos.
“Cada dia é um a mais para ele e uma vitória para mim”, confi rma Silke Schwarzbach, que cuida, entre tantos animais, de um jumento com uma pata amputada. Juju, que era candidato à eutanásia por conta de um acidente grave, agora vive sua segunda chance correndo pelo sítio, com próteses. Afinal, não só os animais domésticos dão e recebem amor.
Esta colunista que lhes escreve também adotou um gatinho especial alguns anos atrás. Com três pernas apenas, Tripel não consegue pular alto, mas todos os dias pela manhã escala a beirada da cama para ronronar e dormir na minha barriga.
VP

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