Canabidiol é encontrado em planta comum no Brasil; saiba mais
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, agora, investigam como extrair a substância da Trema micrantha blume

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, agora, investigam como extrair a substância da Trema micrantha blume
De acordo com dados da Kaya Mind, no final de 2024, 672 mil brasileiros aderiram à cannabis medicinal, a fim de obter os benefícios do canabidiol. Isso ocorre pois essa substância possui propriedades que auxiliam na redução de dores crônicas, ansiedade, depressão, epilepsia e sequelas de AVC. Especialistas, no entanto, apontaram que os números devem crescer ainda mais após avanços na área. Entre eles, está a descoberta de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro de que o CDB está presente em uma planta brasileira.
Após estudos internacionais apontarem a presença da substância em uma espécie de Trema, encontrada na Ásia, os cientistas brasileiros decidiram analisar a única planta desse grupo presente no país. Desta forma, ao investigar a Trema micrantha blume, eles obtiveram que a vegetação da família da cannabis apresenta somente o CBD, e não o tetrahidrocanabinol (THC).
Por isso, a planta não possui efeito psicoativo, como outros tipos de maconha. Esse fator pode contribuir para a saúde da população, pois ajuda na diminuição do preconceito com o uso medicinal. Entretanto, apesar de já ter demonstrado avanços, a pesquisa não está concluída. Segundo o coordenador do estudo, Rodrigo Soares Moura Neto, para o ‘Conexão UFRJ’, os estudiosos ainda analisam como extrair o canabidiol da Trema.
Além de aparecer como uma forma de ultrapassar o estigma do método terapêutico, a Trema também garante maior acesso ao CBD. De acordo com especialistas, um dos principais obstáculos para o crescimento do mercado de medicamentos à base de canabidiol é o alto custo de produção devido à necessidade de importação.
Por este motivo, poucas pessoas conseguem obter esses fármacos. Os preços são exorbitantes e muitos convênios não cobrem. Já no Sistema Único de Saúde (SUS), é liberado somente o óleo de cannabis rico em canabidiol isolado, e somente no caso de síndromes que causam epilepsia refratária. Assim, a descoberta surge como uma solução benéfica para os brasileiros.
“Se você tiver uma capacidade de produção grande, pode atingir a rede pública. Nós que trabalhamos com pesquisa científica, queremos sempre estender as vantagens dela para todas as pessoas. E o sistema de saúde seria o caminho. É uma meta grandiosa que nos estimula a trabalhar e colocar essa substância à disposição de todos. É algo ambicioso, mas fico entusiasmado com essa possibilidade”, explicou Moura Neto, à ‘Agência Brasil’.