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Como o Mindfulness pode ajudar mulheres a elevar a autocompaixão?
Como o Mindfulness pode ajudar mulheres a elevar a autocompaixão? – Freepik

Março é considerado o Mês das Mulheres, seres incríveis, fortes, ativos, gentis, compassivos, mas nem sempre autocompassivos. Muitas mulheres se cobram em excesso, tentam fazer milhões de coisas ao mesmo tempo –  o que as deixa exaustas -, se criticam de forma exagerada sempre que se olham no espelho, dão conta de tudo, casa, trabalho, família, amigos, e algumas se deixam por último na lista de prioridades do dia.

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Vamos refletir sobre uma coisa: você, mulher, cuida mais dos outros do que de si mesma? Trata os outros com amorosidade e paciência, mas quando é com você, é só no “chicotinho”? Como você se trata no dia a dia? Muitas vezes, estamos em um relacionamento tóxico com nós mesmas. Muitas vezes, somos nossa pior inimiga.

Já pensou nisso?

Vamos imaginar uma situação: sua amiga te liga super chateada com uma questão de trabalho ou relacionamento. Ela está chorando, arrasada. E aí, você suspira, revira os olhos e fala: “Bom, deve ser culpa sua, né? Você não faz nada direito, não é boa o suficiente para ele ou para esse trabalho. Acho que você não merecia mesmo. Além disso, você ta meio acima do peso, né? Está chata, está baixo astral. Ninguém aguenta isso”.

Só de pensar em falar assim com alguém que gosta, ou até com um desconhecido, já ficamos tensas! Mas com a gente é diferente, né? Constantemente temos esse tipo de diálogo interno.

Autocompaixão é sobre se tratar da forma que você trata as pessoas que ama, importantes para você. É sobre se cuidar e também sobre se deixar em paz um pouquinho.

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Homens também, mas ainda mais mulheres. Queremos ser heroínas multitarefas. Muitas mulheres falam isso com orgulho, mas é apenas muito desgastante, e isso só acaba com a nossa energia e saúde mental. Nos cobramos em excesso, buscamos perfeição (que não existe), não nos damos uma trégua. Temos que cuidar da casa, dos filhos, treinar, cuidar da aparência, ser superprodutiva no trabalho e mais.

Na lista de prioridades do dia, geralmente ficamos por último. “Se sobrar tempo, dou atenção pra mim”, mas não costuma sobrar. E, se sobra, já está exausta querendo dormir.

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Mas lembre-se sempre da máscara de oxigênio do avião. Quando ela cai, temos que colocar em quem primeiro? Sim, em você mesma. Depois ajudar os outros. E não o contrário! Na vida, fazemos errado. Cuidamos de tudo primeiro e ficamos por último. Se você não colocar a máscara de oxigênio em você, não dará conta de ajudar os outros, não dará conta de todos os afazeres e responsabilidades. Uma hora você vai pifar.

Mindfulness e a autocompaixão

A autocompaixão é algo muito lindo que vem com a nossa prática diária de Mindfulness. Você entende que se cuidar não é perda de tempo, não sente culpa por isso, aprende a se tratar melhor, com mais amor e carinho, e a se valorizar mais, a se dar parabéns, porque você está dando conta, sim. De repente, não conforme as suas expectativas, mas tudo bem.

Expectativas são expectativas, deixe-as de lado. Só nos fazem sofrer. Você deu o seu melhor, com o que foi possível. Em vez de se criticar dizendo que deveria ter feito mais, de uma batidinha no seu ombro e se parabenize. Não cobre tanto do seu corpo, ele também está dando o seu melhor, essa máquina incrível, perfeitamente imperfeita, que faz tanto por você todos os dias. Em vez de só criticar seu corpo, agradeça por tudo que ele te permite fazer, pela sua saúde, por estar aqui viva nesse momento.

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A autocompaixão possui 3 elementos:

Autobondade: quando você erra, você se acolhe ou só se recrimina? A autobondade combate essa nossa tendência. Você pode se apoiar e se encorajar mais.

Humanidade compartilhada: reconhecer que todos os seres humanos falham, somos todos perfeitamente imperfeitos, todos nós passamos por momentos desafiadores e por sofrimento. Essa interconectividade nos aproxima e faz com que entendamos que não estamos sozinhos nessa.

Mindfulness: significa estar consciente das suas experiências, momento a momento, de maneira equilibrada e clara. É importante estarmos conscientes de como estamos nos sentindo e do nosso sofrimento também. Aprender a lidar com a dor para responder com amor e gentileza.

Muitas pessoas nem percebem que estão sofrendo, que esse sofrimento vem da autocrítica, por exemplo. E muitas vezes aumentamos nosso sofrimento, exageramos. Por exemplo: em vez de “estou passando por um momento desafiador”, falamos “minha vida é muito difícil, minha vida é horrível”.

Mindfuness te ajuda a abandonar a tendência de evitar os pensamentos ou emoções dolorosos, aprendendo a aceitar o momento presente como ele é. Só assim podemos lidar com ele da melhor forma possível. Para sermos autocompassivos, Mindfulness é o primeiro passo.

O que não é autocompaixão? Não é autopiedade, não é sinônimo de fraqueza, não é ser egoísta, não é sempre “passar a mão” na sua própria cabeça, não é não ter autocrítica alguma, não é sinônimo de autoestima. A autocompaixão permanece quando a autoestima te abandona.

Quais os benefícios?

Menos ansiedade, estresse, vergonha e tristeza. Mais felicidade, satisfação na vida, saúde física e autoconfiança E sabe o melhor? A autocompaixão pode ser treinada! E você pode ficar muito bom nisso. Minha dica é o diário de autocompaixão.

Como reproduzir o diário da autocompaixão?

Durante pelo menos uma semana, escreva um diário de autocompaixão. Manter um diário é uma forma bem efetiva de expressar suas emoções e já é constatado que isso aumenta o bem-estar físico e mental. À noite, revise seu dia. Anote se se sentiu mal com algo, de repente um momento em que se criticou ou algum momento que te causou dor ou incômodo. Exemplo: foi grosseiro com alguém e depois se arrependeu. Para cada evento desafiador do dia, experimente Mindfulness, um sentimento de humanidade compartilhada e autobondade.

MINDFULNESS: Trazer consciência para as emoções dolorosas. Escreva sobre como se sentiu. Triste? Envergonhado? Frustrado? Ansioso? Procure ser receptivo e não crítico da sua experiência, sem minimizar a questão ou exagerar, fazer drama.

HUMANIDADE COMPARTILHADA: Escreva como a sua experiência faz parte da condição humana. É importante lembrar que ser humano significa ser imperfeito mesmo. Todos nós temos reações exageradas às vezes, magoamos alguém sem querer e vivenciam experiências dolorosas. Todo mundo. É assim que as pessoas que estão passando pelo que você está passando provavelmente se sentem.

AUTOBONDADE: Escreva para si palavras gentis e acolhedoras, como se estivesse escrevendo para alguém que gosta muito. Se elogie, se dê parabéns pelas pequenas vitórias.

Ao final da semana, percebeu alguma mudança na forma como se trata, no seu diálogo interior? Como foi falar com si mesmo de uma maneira compassiva? Ajudou a enfrentar os desafios que surgiram? Vamos começar a investir no relacionamento mais importante das nossas vidas?

Feliz Dia da Mulher (que é todo dia!), feliz mês, feliz vida para você, com mais leveza e autoamor!