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Mandioca – Shutterstock

A escassez da raiz já foi capaz de provocar uma guerra em Salvador, no século 19, chamada de Revolta da Farinha. Há alguns anos, a capital baiana sediou um seminário que abordou muitas outras curiosidades sobre o versátil tubérculo. O antropólogo Raul Lody reuniu as palestras no livro Farinha de Mandioca – O Sabor Brasileiro e as Receitas da Bahia (ed. Senac) e selecionou receitas tradicionais com essa delícia que assume tantos sabores, exibe tantos nomes e traz tantos benefícios à saúde (veja boxe ao lado). Para o estudioso, a mandioca e seus subprodutos marcam a formação dos hábitos alimentares brasileiros: “É um ingrediente nativo que confere identidade à nossa gastronomia. Em forma de farinha, goma, maniva, sempre foi alimento fundamental para as populações da região amazônica, onde até hoje é mais consumida.”

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NOMES: No Sudeste e Sul é chamada de mandioca, no Norte e Nordeste, macaxeira ou aipim. Os termos, e o nosso gosto pela raiz, são heranças indígenas. Há mais apelidos: costelinha, mandioca-brava, pão-de-pobre, xagala…
CONSUMO: As maneiras de prepará-la são inúmeras: cozida, frita ou como farinha, são usadas do Oiapoque ao Chuí. Algumas receitas regionais, a exemplo da nordestina tapioca, feita da goma da mandioca, ganharam o país em versões modernas, repletas de recheios exóticos. 
BENEFÍCIOS: Rica em carboidrato, amido, cálcio e fibras, dá energia, melhora o trânsito intestinal e o fortalecimento dos ossos. Pelo alto valor nutricional, o preço acessível e a facilidade de cultivo (é resistente a solo seco e pobre), foi chamada pela Organização das Nações Unidas de alimento do século 21. 
FARINHA DE MANDIOCA – O SABOR BRASILEIRO E AS RECEITAS DA BAHIA Organização de Raul Lody, ed. Senac São Paulo, R$ 34,90 | editorasenacsp.com.br