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Seu filho está viciado na internet? Especialista dá 8 dicas para ajudar a criança a desmamar do digital e viver o mundo fora das telas

Dependência em eletrônicos atinge cerca de 65% das crianças do mundo todo

8 dicas para seu filho desmamar do digital e descobrir que há mundo além das telas – Freepik

Um estudo realizado pela companhia de tecnologia infantil SuperAwesome concluiu que crianças de 6 a 12 anos, nos Estados Unidos, estão passando ao menos 50% do seu tempo mexendo em telas diariamente durante a quarentena.

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A discussão sobre o tempo de utilização de celulares, tablets, computadores e TVs já existia. Na pandemia, a preocupação se intensificou, até porque muitos ficaram dependentes das telas para os estudos.

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É PRECISO COLOCAR LIMITES

Principalmente no atual contexto de escola online, não deixar seu filho abusar das telas na hora da diversão é muito importante, já que ele precisa ficar online por muito tempo nos estudos. 

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A dependência em eletrônicos atinge cerca de 65% das crianças do mundo todo. É preciso cuidar!

CRIANÇAS COM DEPRESSÃO E ANSIEDADE

Não à toa, este excesso, somado ao estresse do momento atual, tem causado diversos tipos de transtornos. Uma pesquisa do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), baseada em respostas de cerca de 7.000 pais de crianças e adolescentes dos 5 aos 17 anos, mostra que 27% das pessoas dessa faixa etária apresentam sintomas de ansiedade ou depressão em nível clínico na pandemia, ou seja, com necessidade de avaliação profissional.

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“De fato, identificamos muitos pacientes, especialmente crianças, que nunca tiveram nenhum tipo de transtorno e passaram a apresentar quadros ansiosos ou até depressivos. Quem já era acometido por algum transtorno, teve uma piora significativa”, afirma Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra da Infância e Adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

Entretanto, há algumas maneiras que podem ajudar as crianças a deixarem o mundo digital.

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Como estimular a capacidade imaginativa das crianças

Ainda que o uso excessivo do meio digital possa causar prejuízos à saúde mental, ele se tornou, durante a quarentena, uma forma de entretenimento e de saciar a necessidade de estímulos. “O cérebro humano foi desenhado para buscar uma estimulação constante. No entanto, para a criança, isso tem um custo alto, pois quando essa superestimulação é tirada, o cérebro dela não descansa e segue pedindo a continuação da estimulação”, explica a psiquiatra.

“Em meio ao caos que estamos vivendo, a correria e impaciência fizeram muitas famílias esquecerem que há várias outras maneiras de estimular a criança [que não só a tela], e de forma mais saudável, tanto para a mente como para o corpo”, diz Danielle Admoni.

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Segundo a psiquiatra, é preciso fazer o “desmame das telas”.

Deixe a criança entediada

Permita que ela mesma busque a estimulação que seu cérebro precisa. Se notar dificuldade, invente uma atividade com ela. Aos poucos, vá deixando que ela brinque sozinha, evitando criar uma dependência da sua presença.

Motive seu filho a brincar com algo que não tenha pilhas ou baterias

Vale presentear a criança com um brinquedo novo. Se ela quiser escolher, incentive jogos de construção, massinha de modelar, pinturas, quebra-cabeça com o tema do seu personagem favorito ou até brinquedos artesanais.

Proponha desafios, como reorganizar seus brinquedos

Peça para seu filho escolher algo que não lhe interesse mais e sugira doar para alguma criança na rua ou para uma instituição. Só vale se seu filho participar deste ato. Será uma excelente oportunidade de ensina-lo a exercer a solidariedade.

Aposte nos livros

A leitura, que auxilia no desenvolvimento cognitivo, socioemocional e cultural, deve ser introduzida junto com os demais brinquedos como mais um objeto de prazer e de exploração do mundo.

Caso seu filho não demonstre entusiasmo pelos livros, leia com ele

Além de ser uma oportunidade de estarem juntos, você pode ajudar a criança a desenvolver linguagem, compreensão, imaginação, criatividade, entre outras habilidades que a leitura pode proporcionar.

Demonstre interesse pelas atividades de seu filho

Pergunte o que ele está fazendo, como está fazendo e se disponha a ajuda-lo no que for preciso. Além disso, elogie suas evoluções.

Crie uma tabela que estipule o tempo dedicado aos eletrônicos

Coloque metas e seja firme. Não deve haver exceções.

Não esqueça de dar o exemplo

Evite ao máximo usar o celular quando estiver com seu filho.

“Vale lembrar que é possível que algumas crianças não respondam bem à retirada ou redução das horas de uso das telas. Daí a importância de ter paciência e firmeza, não deixando se levar por manhas ou chantagens. Na realidade, será a intensidade e frequência de protesto por parte da criança que mostrará o quanto essa intervenção é necessária. O mais importante é que este processo seja natural e que a criança perceba que as mudanças propostas são positivas. Se for preciso, não hesite em buscar ajuda de um especialista”, finaliza Danielle Admoni.