INCA alerta: Cigarro eletrônico está repetindo o cenário vivido com o tradicional

De acordo com os especialistas, por conta do sabor adocicado e popularidade nas redes sociais, dispositivos aquecidos têm ganhado espaço entre os jovens

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A ideia do cigarro eletrônico é vendida como algo menos danoso, porém, segundo o INCA, a previsão é que o uso aumente em mais de 4 vezes – Créditos: depositphotos.com / Andrei Antipov

A ideia do cigarro eletrônico é vendida como algo menos danoso, porém, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a previsão é que o uso aumente em mais de quatro vezes e, assim, abra portas para o consumo do convencional. Entenda:

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Cigarro eletrônico gera cenário preocupante

De acordo com os especialistas, por conta do sabor adocicado e popularidade nas redes sociais, vaporizadores, cigarros eletrônicos e dispositivos aquecidos têm ganhado espaço entre os jovens. Isso está acendendo um alerta, pois os riscos são altos. “Se mantivermos o ritmo atual, em 20 anos, estaremos enfrentando uma nova onda global de câncer, especialmente de pulmão. É uma repetição do que vimos no século passado com o cigarro tradicional, mas agora sob um novo disfarce”, afirma o oncologista Dr. William Nassib William Jr.

Ademais, a pneumologista Margareth Dalcomo revelou, em entrevista à GloboNews, que a realidade já é preocupante. “Temos atendido adolescentes de 15, 16 anos com danos nos pulmões que estamos acostumados a ver em pessoas que fumam há 40, 50 anos”, detalhou, adicionando que a mistura que os usuários fazem com outras substâncias químicas pode piorar a situação.

Próximas décadas

“Estamos apenas começando a entender os efeitos dos cigarros eletrônicos. Sabemos que causam inflamações pulmonares, prejuízos cardiovasculares e danos à saúde bucal. Mas é provável que as consequências mais severas, como o aumento de tumores, só apareçam nas próximas décadas. Isso exige ação preventiva imediata”, ressalta o profissional.

Ademais, parte da gravidade do problema está no potencial viciante dos vapes: dispositivos com aparência inofensiva podem conter doses de nicotina equivalentes a até cinco maços de cigarro comum. “A nicotina por si só não causa câncer, mas ela é o que sustenta o vício. E quanto maior o vício, maior a exposição a substâncias que, essas sim, são cancerígenas”, conclui.

Editora e repórter da Bons Fluidos. A jornalista já passou pelo Estadão, Band e AnaMaria Digital