Quem é Paul Watson, ativista e defensor de baleias?

Estima-se que seus esforços já tenham salvado mais de 6,5 mil animais; após conquistar a liberdade, ele irá palestrar na Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3)

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Estima-se que os esforços de Paul Watson já tenham salvado mais de 6,5 mil animais; em abril, seu nome deixou a lista da INTERPOL – Reprodução/Youtube

Após 13 anos de Alerta Vermelho, no início de abril, o nome do ativista norte-americano-canadense, Paul Watson, deixou a lista da INTERPOL. O homem, que ficou detido por quase cinco meses na Groenlândia, gerando comoção ao redor do mundo, é conhecido por defender a vida marinha. Que tal aproveitar a recente conquista e conhecer a sua história inspiradora?

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Paul Watson e a luta pela vida 

Nascido em Toronto, no Canadá, em 1950, o ativista esteve ligado aos oceanos desde pequeno. Isso porque, aos seis anos de idade, ele morou com sua família na cidade pesqueira de St. Andrews, em New Brunswick. O amor pelos animais também começou bem cedo, quando o menino se prontificou, aos nove anos de idade, à desarmar armadilhas de castores e à questionar ferrenhamente caçadores de patos. De acordo com o Sea Shepherd Conservation Society, o jovem Paul ainda buscava educar os amigos para que eles evitassem brincadeiras que poderiam machucar pássaros.

Já próximo da vida adulta, Watson retornou à sua primeira paixão: o mar. Em 1967, ele trabalhou como bombeiro no navio a vapor Canadian Pacific Princess Marguerite e, no ano seguinte, entrou para a guarda costeira canadense, onde ficou por dois anos. Esse período, assim, permitiu que o homem conhecesse os diferentes oceanos espalhados pelo mundo. Em 1969, o ativismo, já presente na infância, emergiu com toda força, quando Paul organizou uma viagem pela costa canadense e americana, a fim de protestar contra os testes nucleares feitos pela Comissão de Energia Atômica, na Ilha Amchitka.

A iniciativa foi um sucesso e deu origem à Fundação Greenpeace, que defendia o meio ambiente, principalmente os mares. Entretanto, foi somente em 1974, através dessa primeira organização, que Paul Watson passou a se dedicar à causa pela qual seria conhecido: a luta pelas baleias. Focado nesse propósito, ele fundou a Sea Shepherd Conservation Society, que busca proteger a vida marinha.

Desta forma, estima-se que Paul já tenha salvado mais de 6,5 mil animais. Além disso, em 2000, o ativista foi nomeado um dos 20 maiores heróis ambientais do século 20 pela revista Time. Já em 2002, recebeu uma indicação para o Hall da Fama dos Direitos dos Animais dos EUA. Ademais, no ano de 2007, ganhou o Prêmio da Paz da Amazônia. 

Prisão e resistência

Em julho do ano passado, Paul Watson foi preso em Nuuk, na Groenlândia, enquanto tentava interceptar navios baleeiros japoneses. No entanto, o nome do ativista já estava na lista da INTERPOL desde 2012, a pedido do Japão. O país solicitou essa inclusão após um membro da sua equipe, Peter Bethune, invadir uma embarcação no ano de 2010, em uma tentativa de salvar animais de uma atividade ilegal. Watson ficou detido por quase cinco meses, sendo liberado somente após uma mobilização global.

Recentemente, a organização de segurança retirou o Alerta Vermelho. Em meio à liberdade, em junho de 2025, ele será um dos principais palestrantes da Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3), que acontecerá em Nice, França. Ademais, atualmente, o ativista lidera a sua organização, a Captain Paul Watson Foundation. 

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“Eu me sinto honrado em servir às baleias, golfinhos e focas – e todas as outras criaturas desse planeta. Sua beleza, inteligência, força e espírito têm me inspirado. Esses seres têm conversado comigo e me tocado e eu fui recompensado com a amizade de muitos membros de diferentes espécies. Se eles sobreviverem, se desenvolverem, continuarem vivas e dando à luz e se eu puder contribuir para garantir sua prosperidade futura, serei eternamente feliz.”, afirmou à ‘Sea Shepherd’.