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Beleza que perdura

A grafiteira Deborah Erê traz à vista dos manauenses os encantos da mulher idosa, travestida de sereia. Bela e sábia

Beleza que perdura – cobertura colaborativa Coletivo DasMina

Quem, nos dias de hoje, vê formosura no corpo envelhecido, fortemente marcado pelo tempo? Gente como a paulista Deborah Erê, 23 anos, aluna do curso de artes visuais da Universidade Federal do Amazonas. Ela não só enxerga o belo no semblante da maturidade como inspira os habitantes de Manaus, onde mora há dois anos, a reconhecer isso também. É que Deborah se vale do grafite para espalhar pelos muros da capital amazonense a personagem “Senhora Sereia”, plena de cores e traços marcantes. “Busco a identidade e o esplendor de uma sereia na terceira idade, que já não está dentro dos padrões de beleza e juventude em que esses seres são geralmente representados, mas, ainda sim, é bela, cheia de sabedoria, brilho e poesia”, expõe a artista. Além de oferecer às mulheres uma nova percepção do feminino em suas múltiplas nuances, a inspirada grafiteira enriquece a cidade, vista como uma usina de trocas e encontros. “Temos que nos apropriar dos espaços públicos – muros, praças, escolas – para nos expressar e permutar ideias de forma gratuita, acessível e democrática”, defende. Que sua mulher-peixe, membro nortista da confraria universal das velhas sábias, possa navegar pelo imaginário de toda uma geração, mostrando que o belo é muito mais diverso, imperfeito e surpreendente do que supomos. 

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