De Belém para o Brasil

Desde quando cursava gastronomia no Centro Universitário Senac, em São Paulo, a paraense Antônia Padvaiskas, de 41 anos, já amargava saudades dos sabores de sua terra – Abaetetuba, a 90 quilômetros de Belém. Movida pela nostalgia e por pedidos de amigos e professores, começou, informalmente, a levar para a capital paulista as primeiras encomendas de frutos, grãos e temperos paraenses. Não demorou para que seu nome chegasse ao círculo profissional. “Em 2011, fi z a primeira entrega de açaí (foto), cupuaçu, jambu (foto) e farinha de tapioca ao chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó.” E não parou mais. Naquele mesmo ano, o leva e traz acabou virando empresa formal, o Empório Poitara (em tupi, ‘poi’ significa comida e ‘tara’, o que alimenta).

A cada 15 dias, Antônia recebe até 400 quilos de alimentos raros nas bandas do Sudeste. Entre os 150 itens do catálogo, o mais difícil de encontrar é o aviú, um microcamarão de rio cujo sabor é inversamente proporcional ao seu tamanho. “A safra dura de junho a setembro e faltam fornecedores que o salguem corretamente”, explica Antônia, que comercializa também produtos de outras regiões amazônicas. A cobiçada farinha de mandioca (R$ 32, o quilo), fabricada em Uarini, município do interior do Amazonas, é uma delas. Além de restaurantes, o empório vende para pessoas físicas e faz entregas em todo o Brasil.