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Um bom amigo para os pequenos

A convivência com cachorros ajuda a combater a ansiedade nas crianças, um benefício que as acompanha até a idade adulta

Um bom amigo para os pequenos – Shutterstock

Todas as tardes na casa de Jessica Shyba, em Nova York, o cachorro Theo sobe na cama à espera dos dois fi lhos mais novos da família, Beau e Evangeline. É hora da soneca e todos vão dormir agarradinhos, uma rotina que rende fotos dignas de cartões postais registradas no Instagram e blog da mãe (mommasgonecity.com). Além de arrancar suspiros, a relação de cumplicidade ajuda na saúde emocional dos pequenos.

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Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado no ano passado mostra que crianças que têm cachorro em casa demonstram menores níveis de ansiedade social e de separação, o que reduz timidez, problemas nas interações pessoais e medos, como o de ficar sozinho. Entre as 643 crianças de 4 a 10 anos avaliadas, 58% conviviam com cachorros e, entre elas, apenas 12% foram diagnosticadas com sintomas de estresse e ansiedade – contra 21% das que não tinham um pet em casa. 
Os abraços no cãozinho também desenvolvem empatia, autoestima e estimulam a comunicação verbal e não verbal. Tudo isso dá suporte emocional e auxilia a criança em seus relacionamentos. Claro que o contato com animais é bom em qualquer fase da vida, mas, segundo os pesquisadores, um cachorro de estimação pode ajudar a prevenir transtornos comuns na idade adulta e que muitas vezes são tratados tardiamente. 

Longe da turma da soneca em Nova York, na casa da paulistana Joana Santana os cachorros e bebês se juntam na hora do almoço, quando Manuel, de 2 anos, entrega parte do seu prato para Mussarela, Milanesa e Pipoca, os terriers da família. “Ele abraça, beija e recebe lambidas em retorno. Não dá para garantir que seja só por esse contato, mas o fato é que ele é um bebê mais tranquilo do que a média, menos ansioso e sem medo de situações diferentes”, conta. Para Joana, que sempre teve animais de estimação, a convivência desde cedo desenvolve responsabilidade e jogo de cintura. Também fazem parte do núcleo a recém-nascida Antônia e mais dois gatos.
Mais que parceiros de corridas e brincadeiras, os cachorros e até gatos da família podem fazer o papel de “confidentes” para as crianças, apesar de não falarem a mesma língua. Entrevistados que tinham entre 7 e 8 anos apontaram seus pets entre os seus principais relacionamentos em uma pesquisa realizada pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, e os citaram principalmente como fonte de conforto e confiança. “Não imaginava que ter um bichinho fosse tão maravilhosos e influenciador na vida dos meus fi lhos. Theo continua nos ensinando sobre amor, paciência e compaixão”, conta Jessica em seus relatos, que já foram publicados em um livro. 
É importante lembrar que animais não são pelúcias, requerem cuidado e supervisão em casa. Mas, se bem adaptados à rotina, podem ajudar a criar pessoas melhores e mais felizes por meio de sonecas, lambidas e abraços.