Crédito: Preconceitos e estigmas afetam o convívio social de pessoas com vitiligo (Imagem: Shutterstock)
O vitiligo é uma doença benigna e não contagiosa. No entanto, as manchas brancas na pele, principal característica dessa patologia, costumam gerar preconceitos e estigmas. “As lesões provocadas pelo vitiligo geram um impacto significativo na qualidade de vida, no emocional, no psicológico e na autoestima do paciente, podendo, em alguns casos, prejudicar até mesmo a convivência profissional e social do indivíduo”, diz a Dra. Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Fellow em Tricologia pela Associação Médica Brasileira (AMB).
O que é o vitiligo?
De acordo com a dermatologista, o vitiligo é caracterizado pela perda de pigmentação da pele devido à diminuição da produção de melanina por mecanismos diversos e ainda não totalmente compreendidos, o que leva à formação de manchas brancas de tamanhos variados, em lugares como face, cotovelos, mãos, joelhos, axilas.
“As manchas podem surgir em qualquer idade, especialmente em jovens e jovens adultos, em uma única parte do corpo, com manchas solitárias ou múltiplas, em todo um segmento ou, até mesmo, no corpo todo, podendo afetar também a coloração dos pelos e cabelos”, explica a médica. As manchas tendem a se desenvolver ao longo de toda a vida em ciclos de perda de cor e estagnação, podendo aumentar de tamanho com o tempo.
Causas da doença
Infelizmente, as causas do vitiligo ainda são desconhecidas. “Uma das hipóteses é que a doença esteja relacionada a alterações no sistema imunológico. Além disso, o vitiligo está relacionado à genética, já que pessoas que têm histórico da doença na família apresentam maiores chances de desenvolver as manchas brancas. Sabe-se também que alterações emocionais, como o estresse, podem agravar a condição já existente ou servir como gatilho em indivíduos predispostos”, destaca a Dra. Jaqueline Zmijevski.
Como prevenir o vitiligo?
A médica dermatologista explica que não existem maneiras cientificamente comprovadas para evitar o aparecimento das manchas brancas. “No entanto, é recomendado que pacientes com histórico familiar da doença evitem fatores associados ao surgimento ou à piora das lesões da doença, como atrito, exposição solar desprotegida e estresse”, explica a especialista.
Tratamentos para vitiligo
Assim como não pode ser prevenido, o vitiligo também não tem cura, mas é benigno e, caso o paciente deseje, é possível tratá-lo através de terapias que visam controlar o tamanho das lesões e devolver a pigmentação à pele. “O tratamento do vitiligo pode incluir, por exemplo, fototerapia com radiação UVA e UVB, medicamentos tópicos e orais, como corticosteroides, laser e, em alguns casos, até mesmo cirurgia para transplante de melanócitos”, lista a Dra. Jaqueline Zmijevski.
No entanto, a médica ressalta que a consulta com um especialista é indispensável para o tratamento da enfermidade. “Mas tome cuidado com produtos milagrosos e receitas caseiras que prometem a repigmentação da pele. O mais importante, ao notar o surgimento das manchas brancas, é consultar o dermatologista para receber o diagnóstico e o tratamento adequado, que é individualizado para cada caso, com os resultados variando consideravelmente de paciente para paciente, sendo que, quanto mais cedo o tratamento for realizado, melhores serão os resultados”, finaliza.
Por Pedro Del Claro