Saiba como religiões intensificaram a domesticação dos gatos
Estudos indicam que esse processo foi influenciado tanto pela mitologia egípcia, quanto pela nórdica, ambas conhecidas por enaltecerem deuses com características felinas

Estudos indicam que esse processo foi influenciado tanto pela mitologia egípcia, quanto pela nórdica, ambas conhecidas por enaltecerem deuses com características felinas
Você já se perguntou como os gatos, que eram animais selvagens e caçavam para sobreviver, se tornaram pets? Estudo antigos apontavam que a domesticação dos felinos se iniciou na Pré-História, mais especificamente, no Período Neolítico, entre dez e três mil anos a.C. No entanto, de acordo com duas pesquisas recentes, esse processo demorou mais alguns séculos para ocorrer e sofreu influência de diferentes religiões.
Inicialmente, pesquisas diziam que os moradores do norte da África e de parte da Ásia teriam se aproximado dos animais para usá-los como uma forma de proteger os grãos de roedores. Essa teoria, contudo, está sendo confrontada por cientistas da Universidade de Roma Tor Vergata e Universidade de Exeter, que se basearam em materiais genéticos.
O estudo italiano contou com o apoio de 42 instituições para analisar 97 sítios arqueológicos na Europa, 70 genomas antigos e 17 modernos. Além disso, eles obtiveram amostras de museus da Itália, Bulgária e do continente africano, bem como 37 corpos de animais. Enquanto isso, especialistas britânicos examinaram 2.416 ossos de felinos provenientes de 206 sítios arqueológicos.
Dessa forma, o primeiro grupo indicou a chegada dos primeiros gatos domesticados ao continente europeu no século I d.C. Já os pesquisadores de Exeter defendem que isso ocorreu no primeiro milênio a.C, na Grã-Bretanha. Apesar de discordarem sobre o períodos, os dois levantamentos atrelam essa aproximação às religiões da época.
De acordo com os especialistas, tanto a mitologia egípcia, como a nórdica, que enaltecem deuses com características físicas de felinos, estimularam a domesticação. Um exemplo é a Bastet, uma figura representada com cabeça de gato e corpo de mulher. Assim, essas crenças teriam ajudado a espalhar a imagem positiva dos animais para outras nações, como os fenícios, gregos e romanos.
Entretanto, eles ressaltam que, anos depois, a fé também foi responsável por mudar a perspectiva dos humanos sobre os gatos. “Nossas evidências sugerem que eles foram disseminados por meio de uma rede internacional de casas monásticas cristãs. No entanto, uma mudança na teologia durante o século XII redefiniu os gatos como um símbolo de heresia e maldade”, explicaram os autores em um artigo publicado no ‘Preprint Server for Biology’.