Após transplante, médicos anunciam 4º caso de cura de paciente com HIV
O paciente ‘City of Hope’, de 66 anos, está há 17 meses sem nenhum sinal detectável do HIV no corpo e livre da terapia antirretroviral
O paciente ‘City of Hope’, de 66 anos, está há 17 meses sem nenhum sinal detectável do HIV no corpo e livre da terapia antirretroviral
O quarto caso de cura de HIV foi revelado recentemente por médicos estadunidenses após paciente ficar 17 meses em observação, sem nenhum sinal detectável do vírus no corpo e livre da terapia antirretroviral que tomava há mais de 30 anos.
O homem de 66 anos não quis se identificar, mas é reconhecido como o paciente ‘City of Hope’, ou ‘Cidade da Esperança’, em português, em referência ao nome do hospital em que foi tratado no município de Duarte, localizado no estado da Califórnia.
O paciente ‘City of Hope’ convive com o HIV desde os anos 1980, quando recebeu o difícil diagnóstico. Isso porque a maioria de seus colegas que também testaram positivo na época não tiveram acesso instantâneo aos medicamentos antirretrovirais, que dão hoje aos pacientes uma maior qualidade e expectativa de vida, e faleceram.
“Quando fui diagnosticado com HIV em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV.”, disse o paciente curado em comunicado.
Há três anos, o homem recebeu outro diagnóstico: o de leucemia. Para tratá-la, os médicos optaram pelo transplante de medula óssea na intenção de substituir sua medula doente por células normais. Naturalmente, e por sorte, o doador da medula é resistente ao vírus do HIV.
Cientificamente falando, o vírus do HIV entra nos glóbulos brancos através de uma proteína chamada CCR5, como uma porta. Neste caso, o doador apresenta mutações do CCR5 que impedem que o vírus adentre o glóbulo. Em uma analogia, a porta para a entrada do HIV no corpo do doador está fechada.
“Ficamos entusiasmados em informá-lo que seu HIV está em remissão e que ele não precisa mais tomar a terapia antirretroviral que estava usando há mais de 30 anos”, anunciou Jana Dickter, médica infectologista do hospital City of Hope.
E se você está se perguntando por que não seria possível curar os outros portadores do vírus a partir do transplante de medula óssea, a profissional responde: “É um procedimento complexo com efeitos colaterais significativos. Portanto, não é realmente uma opção adequada para a maioria das pessoas que vivem com HIV”. Atualmente, cerca de 37 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo.
O primeiro caso de cura de HIV ocorreu em 2011 com o chamado Paciente de Berlim, apelido de Timothy Ray Brown. Os outros dois casos ocorreram nos últimos três anos. Hoje, o paciente de City of Hope é a pessoa mais velha e que conviveu mais tempo com o HIV a ser curado do vírus.