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Médicos realizam teste clínico da vacina contra o câncer de mama ‘triplo negativo’ em humanos

Se a vacina for realmente eficiente, ela ajudará não somente pacientes com altas chances de desenvolver o câncer de mama triplo positivo, mas outros também, como o câncer de ovário

Vacina para câncer de mama é testada em humanos – Foto de Karolina Grabowska no Pexels / Foto de Anna Shvets no Pexels

Um estudo realizado pela equipe de oncologia do centro médico acadêmico americano sem fins lucrativos Cleveland Clinic, localizado em Ohio, nos Estados Unidos, passou a testar em humanos uma possível vacina contra um tipo específico de câncer de mama: o triplo negativo. A princípio, os resultados se mostraram positivos em animais.

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O câncer de mama triplo negativo recebe este nome justamente porque por não apresentar nenhum dos três receptores usados como focos em terapias específicas para combater os tumores localizados nos seios — no caso, o estrogênio, a progesterona e a proteína chamada HER2, suscetíveis à hormonioterapia. Vale lembrar que o câncer de mama triplo negativo corresponde a 15% dos tumores mamários.

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Trajetória da vacina contra o câncer de mama triplo negativo

Tudo começou, na verdade, em 2010 com o estudo conduzido pelo imunologista Vincent Tuohy e publicado pela revista científica renomada Nature. Em seus estudos, Tuohy identificou o que seria um quarto alvo para combater o tumor, neste caso, a alfa-lactoalbumina, fabricada no corpo humano durante a lactação — por parte da mãe para com o filho.

Os testes que se mostraram seguros quando realizados em camundongos passaram a ser feitos com humanos em outubro de 2021. Para isso, foram selecionadas 24 mulheres diagnosticadas com o câncer de mama triplo positivo nos últimos três anos. Apesar de estáveis, existe um alto risco de reincidência da doença. E é aí que a vacina atua — ou atuará, possivelmente.

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Analisando a descoberta de Tuohy em 2010 e o começo da experiência em apenas 24 mulheres atualmente, concluímos que os estudos são, sim, demorados, mas poderão dizer muito sobre o futuro dos cânceres.

“Nosso programa de pesquisa translacional foca em vacinas que previnem doenças que confrontamos com a idade, como câncer de mama, ovário e endométrio. Se bem-sucedida, elas têm o potencial de transformar a forma como controlamos cânceres no início da vida adulta e aumentar a expectativa de vida de forma similar ao impacto que o programa de vacinação infantil teve”, afirmou Tuohu para à mídia.

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As primeiras respostas em relação às observações virão a público em setembro de 2022, como afirma a Cleveland Clinic.