Publicidade

Perdem-se 27 minutos de sono por década de vida

Fórum de Saúde e Bem-estar debate a qualidade do sono e a longevidade e e de que forma a medicina pode ajudar

Perdem-se 27 minutos de sono a cada década de vida – Shutterstock

“O sono é um dos 14 fatores para a longevidade
e sua qualidade se altera com o envelhecimento, especialmente em frequência e
com o aumento de despertares. Perdem-se 27 minutos de sono por década até os 80
anos”, disse a médica pneumologista do Instituto do Sono, Luciane Fujita, durante
o 5º Fórum da Saúde e Bem-estar. O evento aconteceu em São Paulo, no Hotel
Grand Hyatt, e teve a presença de mais de 400 autoridades, médicos e
empresários do setor.

Publicidade

Segundo a especialista, algumas das reclamações mais
frequentes após o envelhecimento são maior frequência de cochilos, sono com
mais oscilação, além de menos efetividade no sono, que pode causar insônia,
diminuir o desempenho físico e cognitivo, e levar a um aumento de acidentes e
ao aparecimento de outras doenças, como apneia. “A insônia é mais prevalente em
idosos, e chega a 25% de casos em maiores de 60 anos, principalmente em
mulheres. Entre algumas de suas causas, estão depressão, dor, desconforto
respiratório ou a perda de algum ente querido”. Por isso, entre os idosos, há
mais uso de sedativos e hipnóticos, em mais de 50% dos casos.

Fernando
Morgadinho, neurologista e especialista em medicina do sono, complementou o
tema: “O ideal são seis ou sete horas de sono por dia. Caso contrário, há
aumento de mortalidade, riscos cardiovasculares e diminuição de efeito de
vacinas”. De acordo com ele, a média de sono do brasileiro é muito baixa. E com
consequências não só para a saúde. “O profissional que dorme mal trabalha mal,
e há uma queda de produtividade”.

Outra
debatedora, Tatiana Vidigal, otorrinolaringologista e especialista em medicina
do sono, falou sobre apneia, que afeta 33% da população de São Paulo e causa um
aumento de mortalidade, especialmente por questões cardiovasculares. “Pensando
em longevidade, precisamos envelhecer com qualidade, e isso está diretamente
relacionado ao dormir bem”.

Ainda
falando de longevidade, o professor titular e chefe de departamento de
Ortopedia, Traumatologia e Medicina do Esporte da Escola de Medicina da
Universidade de São Paulo, Moisés Cohen, falou sobre como devemos preparar o
nosso corpo e mente para uma vida longeva. “Nas décadas de 1970 e 1980, houve
um aumento de lesões pelo excesso de exercícios. Do outro lado, a vida
sedentária mata aproximadamente dois milhões de pessoas por ano”. Ele destacou
um estudo da Unicamp que revelou que 71% dos idosos não fazem nenhuma atividade
física. “É um ponto de atenção e conscientização, já que em 2030 teremos muito
mais pessoas com mais de 60 anos do que com menos de 10 anos”.

Publicidade

Na
sequência, Paulo de Tarso, cirurgião e especialista de medicina integrada,
falou sobre a importância da conscientização dos pacientes sobre a própria
saúde. “O médico deve ser um auxílio, mas a pessoa tem suas próprias
responsabilidades. Do outro lado, o próprio profissional muitas vezes não sabe
se cuidar”. Ana Maria Diniz, conselheira do Instituto Península, contou que
“não existe fórmula para conseguir equilíbrio, cada um tem que desenvolver seu
método”.

Participaram ainda do fórum Claudio Lottenberg,
Presidente do Hospital Israelita Albert Einstein e do Lide Saúde e Giovanni
Guido Cerri, presidente do conselho diretor do Instituto de Radiologia do
Hospital das Clínicas, entre outras
autoridades.

Publicidade