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Quando o íntimo se expressa: Conheça o Movimento Autêntico, modalidade idealizada nos anos 50

Com o Movimento Autêntico, gestos desenhados em silêncio e livres de roteiro colocam o corpo a serviço do autoconhecimento

Movimento Autêntico – Convés Criativo
Fechar os olhos para sentir o que habita a alma e então exprimir sentimentos, sensações, memórias, desejos e impulsos por meio da livre manifestação corporal, sem qualquer regra ou estímulo vindo de um instrutor. Esse é o convite do Movimento Autêntico, modalidade idealizada nos anos 1950 pela bailarina americana Mary Whitehouse (1910-2001). “À medida que a pessoa vai escutando sua própria corrente de movimento interno em constante contato com o externo, vai se apropriando melhor das relações que estabelece consigo mesma e com o mundo”, explica a bailarina e terapeuta corporal carioca Soraya Jorge, precursora da técnica no Brasil e coordenadora do Centro Internacional do Movimento Autêntico (CIMA) e do Processo Formativo, no Rio de Janeiro, juntamente com o bailarino Guto Macedo, pesquisador do movimento. O mergulho do movedor – a pessoa que se move – é acompanhado por uma testemunha.
 Enquanto o primeiro dá atenção ao seu íntimo, o segundo observa o que acontece consigo próprio na presença do sujeito em ação. Ao ver o outro, a pessoa começa a se perceber, uma vez que precisa lidar com pensamentos, sentimentos e sensações aflorados durante a sessão. “Essa relação faz surgir um terceiro componente: a testemunha interna. Aquela que acolhe e não julga”, afirma Soraya. Com isso, cria-se uma relação pautada pela cumplicidade e pela confiança mútuas, em que é possível aprofundar o estar inteiro e junto ao mesmo tempo. Saiba, a seguir, como experimentar a técnica. 
Como praticar:

–> Como movedor: feche os olhos e preste atenção nos impulsos de movimento (pode ser um pensamento, uma sensação, um desejo, um som, uma memória, uma voz interna ou externa). Durante cinco minutos expresse-os corporalmente ou os contenha. Observe quando os reprime. A expressão não é literal. Uma sensação pode ser expressa por meio de um gesto, movimento, de forma direta, sem precisar ser uma representação da sensação. 
–> Como testemunha: sentado no chão ou numa cadeira, de olhos abertos, observe tudo o que se apresenta. Note as histórias que cria a partir do que vê e ouve e como é afetado por cada detalhe do ambiente, gesto, movimento, cena que vive em sua vida e ressurge na tela mental. As percepções pertencem a quem contempla. 

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